Motocross, uma paixão!

Por Marco Moraes

Diego3

Desde pequeno, sempre fui apaixonado pelo mundo das velocidades:aeronaves, carros, motos, barcos. Sabemos que os meninos já crescem acompanhando os acontecimentos nestes esportes, novidades, notícias e mantêm seus sonhos sempre vivos em obter estes “brinquedinhos” e o maior sonho seria participar em alguma competição de velocidade. Na última semana, tive um bate-papo com um brasileiro determinado e ousado que conta um pouco sobre um sonho realizado, o de correr motocross no Brasil e aqui, na Flórida. O piloto Diego Tavares é um empresário que decidiu morar na Flórida para representar os brasileiros nas competições americanas.

Marco Tulio (MT)- Como foi seu início no Motocross? Diego Tavares (DT) - Sempre gostei de moto. Quando eu tinha 5 anos, meu pai me ensinou a andar em sua KX 125 89, na época não existia motos pequenas no Brasil. Com meus 16 anos, ele comprou uma DT180 para eu continuar brincando nas pistas.

MT – Qual foi sua maior superação para se tornar piloto? DT - Eu era extremamente obeso e queria usar a moto como incentivo para reduzir peso. Em 2009, com uma CRF 450, eu fazia corridas no Brasil, na categoria intemediária. Mesmo com o peso de 141kg, eu andava muito rápido e ganhava algumas corridas. Então, foi quando ficou muito perigoso, o peso com a velocidade, a moto já não suportava. Então, em dezembro de 2009 fiz a redução de estômago. O ano seguinte foi de muita alegria e superação. Retornar às pista foi muito difícil, pois minha cabeça e meu equipamento era de uma pessoa obesa e eu não conseguia me acertar com a moto. Foi quando voltei para a moto de 250cc e consegui superar esta fase. Em 2011 comecei a treinar mais sério.

MT – E os Estados Unidos, como nasceu a ideia de vir para cá? DT - Em outubro vim para América para passeio, então tive a ideia de andar de moto aqui na Flórida. Eu já tinha uma amigo na aqui, da scooter AV, e ele me deu o apoio que precisava para realizar este sonho de pilotar na América.Fiquei 30 dias aqui andando pelas pistas próximas e até participei de uma corrida em Gatorback, corrida regional. Terminei na 13° posição, mas me diverti muito. Em 2014, tentei a classificação para o Ricky Carmichael Daytona Amateur Supercross (RCSX) Daytona, maior campeonato amador de supercross. Participei sem nenhuma pretensão de resultado, pois estaria correndo com grandes pilotos e equipes americanas, mas já na classificação acabei na 2°posição, então comecei a acreditar no impossível. Ganhei o ano de 2014 e retornei em 2015 para ser bicampeão da Class 450 C +21.

MT- E como está sendo este ano? DT – Em 2016 mudei para classe 30plus e consegui mais um título no campeonato. Com todos esses anos indo e vindo do Brasil para Flórida, me despertou a coragem para mudar com minha família para cá e abrir uma filial de nossa fábrica de escapamentos (Belparts).A América nos incentiva muito, já tenho alguns patrocinadores (Belparts Usa, Spy, Matrix Concept, Ogio, Twinair, Deftfamily, Pirelli, Evs).

MT – Qual sua dica para quem quer iniciar ou até mesmo colocar um filho no mundo do motocros? DT - Há treinamentos para todas as idades e locais maravilhosos na Flórida para treinos e, como todos sabem, excelentes motos e equipamentos. Quanto a colocar seu filho no esporte, só posso dizer que é um esporte muito rígido. Ele pode até se machucar ate aprender bem, mas posso garantir que enquanto ele estiver no esporte, ele não terá tempo para drogas, álcool, festas. Na América, existem muitos professores de motocross, e a melhor maneira de começar o esporte é com menos risco, aprendendo a andar da maneira correta.