Miami: Empresa com brasileiro à frente é acusada de fraude milionária

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_126056" align="alignleft" width="300"] Providence tem como CEO o brasileiro Antonio Buzaneli.[/caption]

Uma ampla investigação internacional acusa a Providence Financial Investments de fraudar esquemas de investimentos financeiros. A empresa, que há seis anos tem sede em Miami e vários escritórios pelos EUA, tem como CEO o brasileiro Antonio Buzaneli. O caso é investigado pela Securities and Exchange Commission (SEC) e o Federal Bureau of Investigation (FBI).

De acordo com a SEC, a Providence recebeu cerca de $64 milhões de dólares de 420 investidores nos EUA para investir em “factoring” no Brasil, uma forma legítima de fazer dinheiro. Neste tipo de negócio, são “compradas” contas a receber de uma empresa a uma taxa reduzida e os investidores recolhem o valor total do devedor e recebem a diferença. Segundo a investigação, a Providence comprava as contas de pequenas e médias empresas no Brasil, dando-lhes dinheiro imediatamente. Em seguida, assumia a tarefa de recolher dos clientes das empresas.

Essas dívidas, pagas em 12 ou 24 meses, eram vendidas aos investidores, que esperavam um retorno de taxa fixa de 12% ou 13%. Como no início o negócio se mostrou lucrativo, investidores foram dando ainda mais dinheiro à empresa. No entanto, segundo o SEC, os valores investidos em operações de factoring no Brasil não condizem com os rendimentos. “Para agravar o problema, a taxa de câmbio é muito desfavorável, o que dificulta a repatriação de ativos brasileiros para reembolsar os investidores dos EUA”, disse o SEC. A empresa também é acusada de omitir sua má situação financeira aos investidores. Além disso, trabalhava com títulos e corretores não registrados no SEC.

Como a Providence não apresentou demonstrações contábeis dentro do prazo estipulado, até 25 de julho, o Tribunal Distrital dos Estados Unidos de Minnesota determinou o congelamento de bens da empresa e de Buzaneli, que ainda foi proibido de deixar os EUA e intimado a fornecer prestação de contas e a repatriar todos os seus bens ao país. Tanto a Providence Financial, quando o CEO da empresa, já se tornaram réu na ação. A empresa, de acordo com o SEC, foi “incapaz de responder perguntas básicas sobre a sua estrutura organizacional, seu uso dos recursos dos investidores, e a sua condição financeira atual”.

No dia 28 de julho, a empresa deu início a um processo de pedido de falência. A ação inclui uma lista parcial dos credores – a maioria de Porto Rico e Texas, mas com dezenas residindo no sul da Flórida. Segundo a Providence, a empresa contava com 100 a 199 credores e tinha ativos estimados em até $50 mil dólares e passivos entre $1 milhão e $10 milhões de dólares.

O Miami Herald ouviu algumas das vítimas, entre eles um casal de aposentados que afirma ter perdido toda a sua economia com os investimentos, em torno de $700 mil dólares.

Com sede em Miami, a Providence Financial Investments faz parte de Providence Companies Group, uma empresa localizada em Londres e que possui 24 escritórios em todo o mundo, incluindo em Xangai, Dubai, Istambul, Londres e São Paulo. Há indícios de que a Providence Companies Group Global estava também realizando transações não regulamentadas com cerca de 800 investidores no Reino Unido.

Conforme dados divulgados no dia 13, pelo Diário de Justiça do Estado de São Paulo, o nome do empresário brasileiro Antonio Buzaneli também consta em processos de impugnação de crédito que estão em andamento no Tribunal de Justiça do Estado.

Providence está ligada em negociação do jogador Alexandre Pato

Esquemas envolvendo a Providence na compra do Alexandre Pato pelo Corinthians foram divulgadas pelo Blogdopaulinho.com, que se diz uma página de jornalismo investigativo de futebol.

De acordo com o blog, o Corinthians, na virada de 2012 para 2013, após acerto com o Milan, em reuniões protagonizadas pelo dirigente italiano, Adriano Galliani, e pelos brasileiros, Gilmar Veloz, Duílio Monteiro Alves e Andres Sanches, acertou a compra de 100% do jogador Alexandre Pato, por 15 milhões de Euros. Porém, destes, o Milan recebeu apenas 10 milhões de euros, com o restante sendo dividido (com anuência do atleta) entre os demais participes da operação.

“Dez milhões de euros do Milan foram transferidos pelo Tottenham, da Inglaterra (equipe fortemente “influenciada” pelo iraniano Kia Joorabchian), por intermédio da Providence Financial Investiments Inc. (de Londres), filial de um grupo financeiro com 21 escritórios registrados (nem todos existentes) em doze países, muitos dos quais paraísos fiscais. O dinheiro era fruto da venda de Paulinho para a Inglaterra, intermediada por Kia Joorabchian, que sequer passou pelo Parque São Jorge, sendo utilizado para a contratação de Alexandre Pato. A NIKE adiantou os outros 5 milhões de euros (do patrocínio alvinegro), que, supostamente deveriam ter sido pagos ao Milan, para outra filial da Providence, em Miami, localizada em 240 Crandon Blvd, Suite 228. Do montante, quase R$ 17 milhões foram divididos entre Pato, seus parceiros, o dirigente do Milan e os cartolas corinthianos. Duílio, como dono da filial de Miami, foi um dos agraciados, Andres Sanches, para evitar suspeitas, mandou o filho Lucas Sanchez para os EUA, e este, como ‘laranja’, seguindo ordens, recebeu e tratou de investir o montante nos EUA, comprando apartamento e ingressando na sociedade do bar “Paris 6”, que tem Emerson Sheik como um dos proprietários”, acusa o blog.

Com informações do Miami Herald e Blog do Paulinho.