Michelle Williams fala sobre sua personagem Anne em VENOM - EXCLUSIVO

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

Michelle Williams é Anne no Venom (Cortesia: Sony Pictures)
Michelle Williams – Na verdade, tudo se resume ao Tom Hardy. Ele é um ator muito talentoso e bem comprometido com seus projetos. Então, eu pensei que ele seria um ator interessante para atuar num mesmo filme. Tinha certeza que poderia ser muito divertido e foi. Jana – Como você escolhe seus projetos? Michelle – É algo instantâneo! Às vezes, você lê um roteiro e é tão bom, ou a personagem é tão viva, verdadeira, que você pensa: “Eu farei qualquer coisa para fazer esse filme. Seria uma honra.” E a decisão é feita assim, e vamos combinar que essas são as mais fáceis, na realidade. Outra vezes, você leva em consideração outros aspectos como o diretor ou a sua personagem que fez no passado. Eu gostaria de sempre ter uma linha clara e artística, até um certo ponto, você também tem que entender o fato de que você está envelhecendo, tem necessidades, entre outros aspectos. Quando eu tinha 20 anos de idade, eu nem pensava em aposentadoria, no mercado imobiliário ou em faculdade; eu fazia o que queria. Agora, às vezes faço o que quero, mas levo em consideração minha família e como o projeto vai afetar. Antes, era mais fácil. Jana – Venom é muito intenso. Você deixa esse peso aparecer na sua performance, ou você aborda o material como se fosse uma história comum? Michelle – Eu tento estar ciente do mundo. Quando eu trabalho com alguém como a diretor Kelly Reichardt, eu tento entender quais filmes que a atraí e que tipo de mundo ela está desenhando para que eu possa ser a melhor habitante. Você precisa conhecer e entender o tom do filme para que você não faça no tom errado. No caso de Venom, é um pouco complicado porque parte do filme só vemos depois da computação gráfica ser feita. Jana – Você é a `queridinha` dos filmes independentes. Mas já fez filmes grandes como o Oz the Great and Powerful e agora o Venom. Você continuará procurando ou aceitando filmes assim? Michelle – Eu gosta de fazer filmes pequenos com uma pequena equipe. Eles têm um caráter mais intimidade e compreensão um do outro que parece uma família. É o lugar onde eu mais me sinto seguro para eu correr riscos. Mas à medida que envelheci, queria correr mais riscos e me perguntei se poderia me sentir seguro o suficiente para correr riscos com muito mais pessoas me assistindo. Mas eu adoro assistir filmes pequenos, estrangeiros... esses são os filmes que eu gosto de ver. Mas os filmes grande abrem outras oportunidades e possibilidades em sua vida, podendo até ajudar um diretor de um longa independente. Se Venom for um grande sucesso, talvez seja mais fácil para um cineasta como Kelly fazer o filme dela, pois eu também estarei no elenco. Eu não Michelle – Bastante! Quando começamos a fazer o Venom, eu disse ao Ruben que sabia que não poderia usar uma camiseta com o hashtag #MeToo, mas deixei claro que esse era o sentimento que eu queria para o filme. Há uma cena em que eu criei a frase "eu te amo, mas eu me amo mais". Há esse tipo de amor-próprio que todas as mulheres que eu conheço estão tentando resgatar. Fiz as mesmas perguntas que essas mulheres estão fazendo e apliquei a Anne. Perguntas como: Como eu me amo mais? Como eu me aceito mais? Como peço isso ao mundo e aos homens? Eu realmente queria que essas respostas fossem revelados através de Anne de todas as maneiras possíveis. Com seu guarda-roupa, suas falas, suas ações. Jana – A maioria dos filmes de franquia exige um compromisso para vários longas. Você também está em vários filmes no universo Venom? Michelle – Sim, esse é o acordo que vem com esses filmes. Se a bilheteria for boa e o público gostar, vou ter filmes garantidos para a próxima década. (Risos)