Microagulhamento: o mais novo método de rejuvenescimento

Por Priscila Honorato

Microagulhamento

Você já ouviu falar de microagulhamento? Esta técnica é uma das mais novas no mercado no que se refere à rejuvenescimento e clareamento da pele. O procedimento estético, feito com microagulhas aplicadas diretamente na pele, melhora a aparência envelhecida com a redução de rugas, melhora a textura, atenua o melasma e aumenta a luminosidade.

Mais uma vez, convidamos a Dra. Paula Marsicano, dermatologista,membro Titularda Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), para falar a respeito deste procedimento inovador. Confira:

No que constitui a técnica do Microagulhamento?

Dra. Paula Marsicano - Esta técnica consiste em produzir furos minúsculos na pele com o objetivo de estimular os fibroblastos, as células responsáveis pela produção de colágeno, para restaurar a pele que foi danificada.

Em quais casos as pessoas devem procurar este tratamento?

Dra. Paula Marsicano - As principais indicações do microagulhamento são fotoenvelhecimento (resurfacing), cicatrizes de acne, de queimadura, cirúrgicas, entre outras aplicações. A técnica pode ser indicada também no tratamento de estrias, melasma, melhora da textura da pele (poros dilatados) e para auxiliar na deposição de substâncias terapêuticas nas camadas mais profundas da pele (drug delivery). Nesta última indicação, podemos utilizar produtos com atividade clareadora, como ácido tranexâmico, vitamina C, ácido retinóico, dentre outros; no tratamento do melasma recalcitrante.

Como ela age na pele?

Dra. Paula Marsicano - Os princípios básicos de ação do microagulhamento são o estímulo da regeneração celular por meio do processo de cicatrização, a proliferação de células-tronco e estímulo da síntese de elastina, da neocolagênese (produção de colágeno) e angiogênese (proliferação de vasos sanquíneos). Apesar de algumas teorias, o mecanismo exato de clareamento da pele com este procedimento ainda não está bem estabelecido, porém, a experiência dos autores demonstra resultados satisfatórios e reproduzíveis.

É necessário ter algum cuidado antes de realizar o microagulhamento?

Dra. Paula Marsicano - Sim. Antes de realizar o procedimento, é importante informar ao dermatologista sobre o uso contínuo de cremes, ácidos e quaiquer outras substâncias na pele.O tratamento com ácidos, por exemplo, deverá ser interrompido por pelo menos 72 horas antes da realização do microagulhamento. Nosfototipos mais altos,a realização do microagulhamento poderá exigir uma preparação prévia com clareadores e antioxidantes, durante um período mínimo de um mês, para evitar o surgimento de manchas após o procedimento.

Como é feita aaplicação e qual o benefício para a pele?

Dra. Paula Marsicano - O microagulhamento é umsistemade rolamento que contém inúmeras microagulhas que geram centenas de microlesões na pele. Esta ação desencadeia mediadores químicos que estimulam os fibroblastos a produzirem mais colágeno e elastina para restaurar a pele danificada. Com este aumento na produção dessas substâncias, toda a pele é reestruturada e beneficiada com a reorganização das fibras internas, o que leva à diminuição das rugas, das cicatrizes de acne, resultando em uma pele mais firme e com mais viço.

Quais são as diferenças entre o microagulhamento e a técnica realizada a laser?

Dra. Paula Marsicano - A forma de ação principal do microagulhamento é mecânica, enquanto que o laser, também usado para o rejuvenescimento, tem ação térmica. Essa nova tecnologia oferece maior segurança aos pacientes com fototipo alto, ou seja, peles morenas e negras, que precisam de tratamento que estimulem o colágeno, visando a redução de cicatrizes de acne e estrias.

Como é feito o procedimento?

Dra. Paula Marsicano - O procedimento com a microagulhamento deve ser realizado sob anestesia local e a técnica depende do operador. É indicado aplicar o equipamento paralelamente à pele e realizar o rolamento em forma de estrela. As agulhas, que possuem de 0,25 A 2,5mm de comprimento, são extremamente afiadas e penetram na pele a 1,2 mm. Produz-se um microssangramento que só é visível por meio de lupa, até se obter um padrão uniforme de micromanchas avermelhadas. O microagulhamento cria orifícios minúsculos na pele que se fecham em minutos, sem deixar marcas na epiderme. O sangramento cessa após alguns minutos e o eritema desaparece após algumas horas. Portanto, não há ‘downtime’ social, ou seja, a pessoa não precisa afastar-se de suas atividades diárias.

Quais cuidados devem ser tomados após a técnica?

Dra. Paula Marsicano - Logo após a realização do microagulhamento, a pele estará muito sensível. Por isso, deve-se evitar a exposição a fontes de calor ou frio excessivo, bem como os banhos de sol. Banhos com água quente também devem ser evitados.A proteção da pele com filtro solar e hidratação com produtos prescritos pelo médico são as principais medidas a serem seguidas pelo paciente após o microagulhamento. Poderá ser indicado ainda o uso de água termal no local, além de cicatrizantes e antibióticos.Nos dias subsequentes ao tratamento, serão percebidas uma vermelhidão, descamação e a formação de algumas crostas superficiais, além de ardor e um leve inchaço. Esses são efeitos iniciais esperados da pele que começa a reagir a partir dos estímulos do microagulhamento.

Qual é o tempo mínimo para perceber os resultados?

Dra. Paula Marsicano - Os resultados são percebidos após dois a três meses, uma vez que o ‘amadurecimento’ do novo colágeno é um processo lento. É recomendável intervalo de seis a oito semanas entre elas, quando se observam os resultados. Porém, se não houver melhora significativa após a quinta sessão, deve-se considerar outros tratamentos.

Existem contraindicações? Quais?

Dra. Paula Marsicano - Como todo procedimento estético disponível no mercado, o microagulhamento também possui restrições sobre quem pode realizar o método. O tratamento não deve ser feito em áreas do corpo com infecções,em pacientes com tendência à formação de queloide e em uso de anticoagulantes ou com distúrbio da coagulação. Por isso, o procedimento deve ser feito no consultório dermatológico, para que o dermatologista possa avaliar as condições clínicas do paciente, para saber se é possível aplicar esta técnica e atender as necessidades desta pessoa.