Milton Nascimento e Jobim Trio

Por Gazeta Admininstrator

Milton Nascimento, ícone de MPB e dono de uma das mais belas vozes do mundo, uniu forças com o Jobim Trio para celebrar os 50 anos da bossa nova. O Jobim Trio é liderado por Paulo e Daniel Jobim, o filho e neto de Antonio Carlos Jobim. O grupo ainda traz o baterista Paulo Braga que tocou com Milton nos anos 60 e também com Tom Jobim na Banda Nova dos anos 80 e 90 até o falecimento do maestro.

A voz divina de Milton sobre os arranjos sublimes do trio prestam homenagem ao mais famoso estilo musical brasileiro e ao seu maior mestre, Antonio Carlos Jobim. O CD Novas Bossas (Bluenote) e a turnê, já um enorme sucesso no Brasil e Europa, chegam agora aos Estados Unidos com o primeiro show aqui em Miami no Adrienne Arsht Center.

Em 1987, Tom Jobim escreveu um pequeno texto para a contra capa do disco Yauaretê, de Milton Nascimento, no qual chamava o mineiro de sua “pantera verdadeira” e seu “uirapuru verdadeiro”. Tal gesto ilustrava perfeitamente a ligação e o carinho entre esses dois mestres incontestes da música brasileira. Conta-se que a admiração de Tom por Milton era tamanha que o carioca chegou a pedir ao amigo para, algum dia, regravar toda a sua obra porque, segundo Tom, apenas Milton cantava suas músicas no tom original das composições.

Enraizada, essa relação – tanto amorosa, quanto profissional – era tamanha, que não ficou restrita a apenas uma geração dos “Jobins” e estendeu seus ramos para Paulo e Da-niel Jobim, filho e neto do maestro soberano, respectivamente, e também a Paulo Braga, os três integrantes do Jobim Trio (um “trio” de quatro elementos, na verdade, uma vez que o baixista Rodrigo Villa é constantemente convidado para se apresentar com o grupo.) Braga, embora não seja herdeiro de sangue de Tom, traz nas veias o talento musical do maes-tro, com quem trabalhou por longo período. E era com Paulo Braga e Wagner Tiso que Milton tocava na noite de Belo Horizonte, com o Berimbau Trio, nos anos 60.

Já Paulo Jobim participou -- como músico -- da turnê Clube da Esquina 2, de Milton, em 1979. Neste disco, o Pantera – ou Bituca, como é mais conhecido -- gravou uma música de Paulo Jobim, em parceria com Ronaldo Bastos, chamada “Olho D´água”. Recentemente, também coube a Paulo a direção artística da produção do songbook de Milton, que trará o registro gráfico de toda a obra do mineiro.

Em 2007, por conta das celebrações dos 80 anos do grande maestro soberano, Milton e o Trio voltaram a se encontrar. Eles se apresentaram juntos em um dos concertos no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico. A parceria, mais uma vez, deu tão certo, que imediatamente, os músicos combinaram de embarcar em um projeto conjunto. Só não se sabia ainda em quê. Até então.
Como a Bossa Nova está completando seus 50 anos, bingo! Essa era a deixa de que os amigos precisavam para se reencontrarem, desta vez, em turnê, com direito a gravação de CD. O encontro acabou indo além do projeto inicial de re-visitar o fino da Bossa Nova, e o repertório do CD traz não apenas composições dos mestres Tom e Vinícius mas estendeu sua homenagem a outros grandes mestres da música e da cultura brasileira, como Dorival Caymmi e o próprio Milton. Com o título de Novas Bossas, o CD traz ainda uma parceria de Tom Jobim com Manuel Bandeira e uma música inédita de Daniel Jobim chamada “Dias Azuis”. E chega de saudade.

Milton Nascimento, Paulo e Daniel Jobim, Paulo Braga e Rodrigo Villa estréiaram o show no início do ano no pequeno e tradicional club de jazz Mistura Fina na Zona Sul do Rio de Janeiro. Foi um palco bem intimo e muito diferente dos grandes teatros e festivais que tocaram pelo Brasil todo e depois na Europa, sempre lotados.

No Mistura Fina, Milton não se incomodou em ficar esperando no pequeno camarim. Os demais, inquietos, circularam sem parar, inclusive entre o público. “Por que os astros estão dando pinta no salão?”, perguntou uma convidada a Paulo Braga, que responde com sorrisos e um copo de uísque na mão. Isso porque estrelas da MPB como Caetano Veloso estavam na platéia junto com os mais respeitados jornalistas de música do Brasil como Antonio Carlos Miguel.

Paulo Jobim também gosta de esquentar a garganta com uísque. “O Rodrigo é muito novo e o Paulo Braga é sócio da fábrica, tem de fazer propaganda. Por isso, só eu bebo”, brinca Paulo Jobim.

Diabético, Milton só bebe refrigerante diet. Outro costume do cantor e compositor é fazer orações. “As estréias são sempre nervosas. O coração acelera, bate aquela insegurança de tudo ter que dar certo”, conta ele, antes de trocar de camisa para brilhar no palco.

Do ambiente íntimo do jazz club o grupo partiu na estrada pelo Brasil e grandes teatros da Europa.
“Nos países onde tocamos a maioria da platéia é local e essa mistura deu muito certo nos shows”, disse Daniel Jobim, que assume o piano neste trio
Paulo Jobim entende que “a bossa nova tem essa capacidade de transcender a língua” e de manter uma frescura musical ao fim de meio século de existência, desde a edição de “Chega de Saudade”.

”Quando uma música tem força ela fura o tempo”, frisou o baterista Paulo Braga, dando como exemplo os “postais ilustrados” do Brasil que são “Garota de Ipanema” ou “Desafinado”.

Neste projeto do Jobim Trio, que vai passar ainda por Chicago, Newark, e Los Angeles, os músicos destacam ainda a participação de Milton Nascimento como sendo o responsável por essa renovação dentro da bossa nova, daí o álbum também se chamar Novas Bossas.

“Quando o Milton canta uma canção, ela parece que renova, mesmo que tenha sido tocada um milhão de vezes”, disse Daniel Jobim.

“Foi uma grande responsabilidade fazer este disco com o Milton e fazer um outro com tanta qualidade como este. Tem que deixar respirar e deixar seguir a vida”, disse Paulo Jobim, não descartando, no entanto, a hipótese de se juntarem para um novo álbum.

Noite especial para a Rhythm Foundation

Quase exatos 20 anos atrás, no dia 8 de agosto de 1988, a Rhythm Foundation realizou seu primeiro show – Milton Nascimento no Gusman Theater em Downtown Miami. O show foi completamente lotado e um sucesso para a nova fundação que começava com aquele show a sua missão de trazer o melhor da música internacional para Miami.
Desde então a Rhythm Foundation já produziu mais de 300 shows, entre eles muitos brasileiros como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Marisa Monte, Djavan, e muitos mais. No dia 4 de outubro a Cidade de Miami e o Prefeito Manny Diaz irão presentear Milton Nascimento com a chave da cidade e também homenagear a Rhythm Foundation com uma proclamação oficial. Este show é possível graças ao apoio generoso do Espírito Santo Bank, Moleca Double Distilled Cachaça,Miami-Dade Department of Cultural Affairs, American Airlines (patrocínio oficial da turnê USA 2008), e Gazeta Brazilian News.

Espírito Santo Bank Apresenta:
Milton Nascimento e Jobim Trio

Sábado 4 de outubro, 8:00 pm
Adrienne Arsht Center for the Performing Arts – Knight Concert Hall
Uma produção da Rhythm Foundation
Ingressos: $38.50, $53.50, $68.50, $78.50, pelo site www.arshtcenter.org ou ligue para (305) 949-6722
Festa depois do show com DJ e caipirinhas Moleca no Texas de Brazil no
Miami Beach Marina