Ministros tentam revitalizar negociações comerciais

Por Gazeta Admininstrator

Ministros dos 20 países que lideram as negociações pela liberalização do comércio internacional aceitaram um novo cronograma para fechar um acordo ainda neste ano.
Os ministros se encontraram no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, para tentar revitalizar as negociações pela redução de barreiras comerciais e pelo fim de subsídios agrícolas, emperradas desde a reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Hong Kong, realizada em dezembro.

Depois da reunião em Davos, neste sábado, os ministros - dos EUA, União Européia, Brasil, Índia e outros países - disseram que houve o consenso de que todos os envolvidos deveriam fazer novas propostas para abrir seus mercados.

Eles fecharam em um 'programa de trabalho', que estabelece prazos para que se chegue a um acordo em 33 pontos contenciosos, que vão desde o fim de subsídios à exportação de algodão pelos países desenvolvidos ao acesso ao mercado de bens manufaturados.

'Mudança no ritmo'

Para acelerar esse processo, os ministros concordaram na realização de encontros bilaterais paralelos ao processo de negociações da OMC.

Antes do encontro deste sábado, os representantes da União Européia, Estados Unidos e dos países em desenvolvimento realizaram uma série de briefings, onde acusaram um ao outro pelo emperramento das negociações e exigindo que as questões mais importantes para cada um fossem tratadas com prioridade.

O cronograma foi criado para romper esse ciclo, e criar "uma mudança no ritmo, estilo e conteúdo das negociações", como disse o ministro do Comércio do Egito, Rachid Rachid, que representou as nações africanas em Hong Kong.

Os representantes dos EUA e da União Européia decreveram o resultado do encontro como "um movimento conjunto de todas as questões".

O comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, disse que houve um "clima melhor" na mesa de discussões.

O representante de Comércio dos EUA, Robert Portman, disse que agora há "uma oportunidade única para impulsionar a economia mundial".

O chanceler Celso Amorim, disse à agência de notícias Reuters que "o tom da discussão foi positivo".

"Mas eu não acho que qualquer questão crucial tivesse sido resolvida hoje...Davos não é um lugar para negociar", disse ele.