Mitos que a gente inventa e que podem sabotar a nossa saúde financeira

Por Claudia Fehribach

“Viva o presente!” , “Siga o seu coração”, “Faça o que você ama!”. Essas são expressões populares que a gente ouve muito e que, na verdade, podem trazer satisfação em diversas áreas da vida. No entanto, podem ter impactos negativos nas finanças, caso sejam levadas ao pé da letra.

Por mais que se diga que  felicidade vem em primeiro lugar, o fato é que, ao optar por uma carreira que traz prazer, mas paga pouco, você poderá precisar se esforçar muito mais para chegar a um nível salarial que te permita arcar com as suas contas.

Para não cair em armadilhas, não é preciso colocar o dinheiro como a maior prioridade na vida ou deixar de buscar objetivos que te tragam satisfação. É preciso haver um balanço.

E quais são os clichês que podem ter impacto sobre as finanças  e como impedir seus efeitos negativos? “Faça o que ama” Isso soa muito bem e é bonito de ouvir também, mas optar por uma carreira pela satisfação, e não pela média salarial, exige preparo para evitar que eventuais problemas financeiros não prejudiquem a escolha no futuro.

É  preciso estar consciente de que a escolha irá exigir uma dose maior de disciplina financeira. Manter uma reserva financeira para imprevistos é ainda mais importante para quem tem carreiras que não oferecem estabilidade financeira. “Viva um dia de cada vez” Não pensar no futuro ou nas contas do final do mês e viver o presente, seguindo a famosa frase em latim “Carpe Diem”, pode incentivar compras por impulso, que prejudicam demais o orçamento.

Gastos sem planejamento costumam ser mais salgados do que as compras que passam por uma pesquisa prévia de preços, nas quais é possível verificar a relação entre custo e benefício da escolha.

Isso vale para promoções, por exemplo. A pressa para fazer a compra o quanto antes simplesmente para aproveitar o preço mais baixo pode impedir que o comprador pense se não valeria mais a pena esperar uma folga no orçamento para acomodar a despesa, mesmo sem o desconto. Ou o maior vilão de todos os tempos: as promoções de lojas de departamento. “Compre com seu cartão e ganhe 20% de desconto” . Esta é a maior pegadinha de todos os tempos, pois você compra por conta dos 20% de desconto, mas você não paga mercadoria no próximo mês - e os juros destes cartões de lojas de departamento geralmente são de 24% pra cima… Será que eu preciso fazer a matemática aqui? “Não sofra por antecipação” Viver preocupado com o futuro não é saudável, mas também não é recomendável nunca se preocupar com o amanhã ou não se antecipar a imprevistos.

Por isso, tenho que ressaltar, mais uma vez, a importância do orçamento pessoal, como os objetivos financeiros devem ser reavaliados constantemente. Insistir na compra de um imóvel financiado, mesmo em um cenário de alta de juros, ou manter o portfólio de investimentos que já não têm o mesmo rendimento, são decisões que podem gerar prejuízos.

“Eu sou assim e  nunca vou mudar” Ter dificuldades em matemática ou ser gastador  não deve ser uma desculpa usada para afirmar que nunca será possível lidar bem com dinheiro. Aprender a se relacionar melhor com as finanças depende da mudança de hábitos e de disciplina. Ninguém nasce sabendo.

Confundir valores pessoais com a maneira de lidar com as finanças também é nocivo. Existe quem acredite que as pessoas que gerenciam bem o dinheiro são egoístas, enquanto quem gasta tudo o que ganha é generoso.

Mas esta é uma afirmação sem sentido.

Como tudo na vida, balanço é o que você procura.  E este balanço, aliado a uma boa educacao financeira, vai te levar a sua vitória financeira.

Boa semana para todos!