Mona, nova rota para cubanos entrarem nos EUA.

Por Gazeta Admininstrator

Mona, uma pequena ilha entre Republica Dominicana e Porto Rico, vem se tornando um novo caminho para os cubanos chegarem em solo americano.

San Juan, Porto Rico - Ensopados e congelados, os migrantes cubanos podiam ver através das luzes da lua, enormes ondas batendo fortemente contra seus pequenos barcos. Primeiramente, o mar era como uma lamina. Parecia que seria um passeio, disse Hilda Bárbara Iglesias, que pagou aos traficantes de migrantes para que eles levassem sua família para solo americano, nessa última semana. "Então ficou escuro e horrível. Eles falaram que levaria sete horas para fazerem a travessia", lembra. Porém, a viagem dos cubanos oriundos da Republica Dominicana, onde vários viveram durante muitos anos, para a minúscula ilha Mona, atualmente leva-se cerca de doze horas. As águas estavam agitadas, mas o destino era o que contava, pois permitiria ficar sobre solo americano. Iglesias e sua família eram um entre centenas de cubanos que iriam atravessar a passagem de Mona, um dos canais mais perigosos do mundo, nessa que se tornou a nova rota para os EUA.

O número de cubanos que chegaram a Mona, aproximadamente do tamanho de Weston, aumentou cinco vezes nos últimos três anos, de acordo com a guarda costeira americana. Nos primeiros três meses de 2006, ao menos 155 cubanos seguiram em direção a ilha de Mona.
Devido a um maior número de patrulha da guarda costeira, os cubanos que querem fugir de sua ilha natal, estão achando, cada vez mais, novas rotas para se chegar nos EUA. Isso vai desde a criação de passaporte falsos, feitos no Paraguai, à longas jornadas de viagens oriundas de Cuba para Honduras, Guatemala, e fronteiras do México com os EUA.

Com 90 milhas de largura a passagem de Mona que separa a Republica Dominicana e Porto Rico vem favorecendo os traficantes de migrante a atravessarem Dominicanos ilegais para Porto Rico, onde eles podem ficar ilegais ou tentar pegar um avião para os EUA.
Já os cubanos precisam percorrer somente a metade do caminho para alcançar Porto Rico, país que administra a ilha de Mona. Entretanto, se forem pegos no mar são retornados para a Republica Dominicana.

Chamariz dos traficantes.
Um oficial americano diz que a rota feita por Mona é atrativa para os traficantes cubanos. “Traficantes de migrante estão constantemente procurando rotas alternativas”, disse Ivan Ortíz, porta-voz da Imigração Americana em San Juan. “ Eles acham que a chance de serem pegos indo de Cuba para a Florida é muito maior do que indo da Republica Dominicana para Porto Rico. Consequentemente está rota virou a favorita para os traficantes dominicanos”, analisa o porta-voz.
Para Ortiz essa travessia é muito arriscada, pois é tida como a mais perigosa do mundo. Números apontam que ano passado, 34 pessoas morreram ao tentar realizá-la sendo que, em 2004, foram 110 mortes, em sua maioria, dominicanos.

Custos Altos
Os cubanos que insistem em se arriscam, na travessia da Republica Dominicana para Porto Rico, fazem isso em pequenos barcos, apelidado de “yolas”. O valor cobrado pelos traficantes normalmente fica acima do que podem pagar.
Eles cobram de nós $ 2.500 por cabeça, diz Ruber Sosa Lechuga, que chegou em Mona quinta-feira com sua esposa, tio e um filho de 12 anos. “ Eu dei para os traficantes um carro e algum dinheiro, mas ainda não era o suficiente, por isso eu dei também uma geladeira, microondas, um aparelho de TV e um DVD. Eu também dei um secado de cabelos. Finalmente eu cheguei aqui e não tenho mais nada para oferecer”, conclui Ruber.