Morales diz que se unirá à 'luta antiimperialista' de Fidel

Por Gazeta Admininstrator

EUA dizem que relações dependerão do comportamento de Morales
O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, disse que agora tem a oportunidade de se unir ao que chamou de "luta antiimperialista" do presidente de Cuba, Fidel Castro.
Também falando nesta segunda-feira, Morales, um índio aymara que prometeu legalizar o cultivo de coca, disse que o governo dos Estados Unidos utilizou o narcotráfico como um pretexto para instalar bases militares na região.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que o futuro das relações do país com a Bolívia vai depender do comportamento de Morales ao assumir a Presidência.

Evo Morales também afirmou que vai anular os direitos de propriedade das petroleiras sobre o gás natural na boca do poço. Ele insistiu, porém, que seu plano "não significa expropriar e nem confiscar os bens das transnacionais".

"Os direitos à propriedade no poço acabaram. Isso está acabado. Precisamos de sócios e não de proprietário", disse Morales em uma entrevista em Cochabamba.

Petrobras

"Se quisermos iniciar a questão de exploração ou prospecção, precisamos de tecnologia. Vamos pagar por esses serviços dessas transnacionais, mas fundamentalmente nosso governo estará focado em como industrializar seus recursos naturais", acrescentou.

A Petrobras e a espanhola Repsol-YPF são as duas principais petroleiras que operam na Bolívia.

"Precisamos de sócios, mas não de patrões. Se eles se submetem às normas bolivianas, bem-vindos como sócios", disse.

Segundo pesquisas de boca-de-urna, Morales recebeu mais de 51% dos votos.

As indicações de vitória de Morales já tiveram impacto sobre as ações da Repsol, que caíram na Bolsa de Madri.

Durante a campanha, ele prometeu anular mais de 70 contratos de exploração outorgados a petroleiras para que eles sejam redefinidos.