Morte nas pistas da Indy

Os primeiros minutos do warm up (treino de aquecimento) para o GP de Miami deste domingo (26), primeira etapa de 2006 da Fórmula Indy, serão inesquecíveis para os pilotos, profissionais e fãs que acompanharam a etapa. Um acidente causou a morte do norte-americano Paul Dana. Ele se chocou violentamente com o chassi de Ed Carpenter, que havia batido segundos antes e ficado atravessado na pista. Mesmo com o falecimento, a Indy Racing League (IRL), organizadora da categoria, decidiu manter a realização da prova, mas os companheiros de Dana, Danica Patrick e Buddy Rice, não participaram da corrida.

O carro de Dana ficou completamente destruído no meio da pista, e o piloto, de 30 anos, morreu ao ser levado para o hospital. Carpenter também foi transferido para o hospital, mas não corre risco de vida. Paul Dana era um ex-jornalista especializado em automobiismo que, no ano passado, assinou contrato com a equipe Ethanol Hemelgarn Racing para competir na Indy Racing League (IRL). Ele foi o terceiro piloto a morrer neste mesmo circuito. O primeiro foi John Nemechek, em uma corrida da Nascar, em fevereiro de 1997, e de Jeff Clinton, durante uma prova do campeonato Grand Am, em 2002.
Em exames realizados durante todo o domingo, foi detectado que Carpenter não sofreu lesões sérias. Mesmo assim, por precaução, o piloto permanecerá internado até quarta-feira(29) e ficará afastado das corridas por, no mínimo, uma semana.

Na competição de domingo(26), os demais pilotos tiveram que superar a tragédia e aceleraram para as 200 voltas no oval de 1.5 milhas, onde a velocidade média atinge a casa dos 345 km/h.

Hélio Castroneves, companheiro de Hornish Jr. na equipe Penske, voltou à pista na liderança e a manteve com alguma tranqüilidade até faltarem 12 voltas para a bandeirada. Foi quando o inglês Dan Wheldon, atual campeão saltou para o segundo lugar e começou a pressionar o brasileiro. Eles percorreram várias voltas lado a lado. O piloto da Ganassi, sempre na linha externa da pista, ensaiou a manobra que acabou lhe garantindo a vitória nos últimos metros, por uma diferença de 147 milésimos de segundos.

Sam Hornish Jr. chegou em terceiro lugar e Felipe Giaffone, da A.J.Foyt, cruzou a linha de chegada em oitavo lugar.
Tony Kanaan, da Andreti Green, não terminou a prova depois de bater o carro na entrada dos boxes. Vitor Meira, da Panther, também não conseguiu terminar a corrida por problemas mecânicos. Alguns pilotos da IRL falaram sobre o impacto que a morte de Paul Dana, durante o warm-up da etapa de Homestead no domingo(26).

Helio Castroneves: “Eu diria que foi o destino. Você não pode mudar isso. É o cara lá de cima que faz isso. Se for sua hora, é sua hora. Sim, é difícil, mas ao mesmo tempo precisamos conseguir aceitar isso. Não é a primeira vez que acontece uma coisa assim, e infelizmente eu não acho que seja a última”.

David Letterman (um dos donos da equipe Rahal-Letterman, por onde corria Dana): “O que aconteceu com o Paul Dana foi uma tragédia terrível. Eu quero expressar minhas condolências aos seus familiares e amigos. Nós estávamos muito orgulhosos de tê-lo em nossa equipe e ficamos profundamente tristes por sua morte trágica, principalmente por ele ser tão novo”.

Felipe Giaffone: “Eu pensei nele durante a corrida. Eu acredito que quando sua hora chega, não tem o que fazer. Deus tem um plano para todos e não há nada que você possa fazer para mudar isso. Deus abençoará sua família durante este tempo terrível”.

Tony Kanaan: “Mais chato do que meu acidente na entrada dos boxes é o que aconteceu neste domingo trágico. É muito duro perder um companheiro de profissão e estamos muito chocados”.