MRE emite alerta a brasileiros que se tornam vítimas de americanos que conhecem na internet

Por Marisa Arruda Barbosa

O comunicado continua, recomendando especial cuidado com os relacionamentos virtuais mantidos com estrangeiros “com o propósito de estabelecer relacionamentos ou celebrar casamentos, a fim de protegerem-se contra possíveis golpes e situações de risco. Sugere-se, entre outras precauções, buscar obter referências do cidadão estrangeiro por parte de terceiras pessoas de conhecimento comum, além de evitar manter o contato restrito aos meios de comunicação à distância, previamente ao matrimônio. Recomenda-se, igualmente, conhecer as práticas e leis do país sobre direitos das mulheres em casos de matrimônio e questões como guarda de menores em caso de eventuais disputas entre o casal”.

 Brasileira luta por guarda de filha

A história da pernambucana Karla de Albuquerque ilustra bem os casos citados pelo MRE. Desde 2010, ela navega pelo sistema judiciário americano, passando por diversos advogados, em uma batalha judicial pela guarda da filha Amy, hoje com 7 anos. Entretanto, o caso continua sem um final feliz para a brasileira. No 15, a Justiça voltou a negar a guarda da menina à mãe.

Uma semana antes da decisão, Karla participou de uma nova audiência com a juíza do 19º Circuito Judicial da Flórida, Laurie Buchanan, em Stuart, de onde saiu esperançosa. Isso porque a psicóloga brasileira Karina Lapa esteve presente e mostrou que seu laudo condiz com as acusações da mãe. Karla afirma que a criança foi abusada pelo pai, o americano Patrick Joseph Galvin.

Desde 2010, a brasileira enfrenta uma batalha judicial que parece não ter fim. Galvin já é registrado como sexual offender no Florida Department of Law Enforcement e tem a guarda da menina desde o ano passado, quando Karla saiu da jurisdição permitida, levando a menina para morar no Texas. Atualmente, a brasileira só pode realizar visitas supervisionadas à filha uma vez por semana.

Karla se envolveu com o americano em meados de 2005 e somente quando estava grávida se deu conta que ele era violento, indo parar em um abrigo para mulheres e vindo a descobrir que ele se tratava de um abusador sexual registrado após desconfiar que ele estava abusando da própria filha.

Mesmo arrasada com a decisão da juíza, Karla diz que não vai desistir e continuará a lutar para ter a filha de volta.

Campanha Desde junho deste ano, o MRE, a Secretaria dos Direitos Humanos e a Defensoria Pública estão fazendo uma campanha para esclarecer os direitos dos brasileiros que precisem disputar a guarda de filhos com pais estrangeiros. A medida visa evitar casos como o de Karla e Amy.

Para a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, ministra Luiza Lopes da Silva, os brasileiros que vivem fora do país precisam estar conscientes de que cada país tem sua legislação e soberania. “O caso da Amy Galvin é um em dezenas.

Estamos pensando grande no trabalho de prevenção, esclarecimento que será feito nos próximos meses”, declarou ela, em junho, quanto iniciou um “enorme esforço para que os brasileiros entendam qual a situação ao qual vão estar submetidos no caso de disputa de guarda dos seus filhos, sobretudo no caso de casais binacionais em uniões desfeitas e o que o governo brasileiros não poderá fazer”.