MSI desiste de Fábio Costa para amansar elenco corintiano

A diretoria do Corinthians e a MSI falaram a mesma língua ao optar em não renovar o contrato de Fábio Costa. A decisão foi para evitar uma enxurrada de pedidos de aumento dos jogadores.

Apesar de oficialmente os parceiros dizerem que ainda teriam uma reunião com o procurador do atleta, Gustavo Amorim, a Folha apurou que eles temiam encarar a insatisfação dos outros atletas caso renovassem o contrato.

Se aceitasse pagar R$ 150 mil mensais e mais R$ 900 mil de luvas, valores que o atleta receberá do Santos, a parceria acredita que atletas que ganham menos apareceriam com propostas de outros clubes para tentar reajustar salários, apesar de a maioria dos contratos estar longe do final.

Caso a renovação fosse feita nos mesmos moldes aceitos pelo Santos, o goleiro receberia por mês 15 vezes mais do que ganha o meia-atacante Dinelson, por exemplo.

Para os corintianos, dar reajuste ao camisa 1 significaria também inflacionar o pedido dos atletas que o clube pretende procurar para se reforçar. Um dos casos é o do meia Ricardinho, que já teve a sua primeira pedida recusada.

Oficialmente, os cartolas alegam que um dos problemas para renovar o compromisso com Costa era o período de contrato. "Ele queria um acordo por três anos, nós achamos que é muito tempo", afirmou o vice-presidente de futebol, Andrés Sanchez.

Paulo Angioni, diretor da MSI, disse que o goleiro já procurou o Corinthians com a oferta santista.

Assim que soube do fracasso nas negociações, Nesi Curi, um dos vices do clube, acionou seus aliados. Pediu a eles que procurassem Sérgio, do Palmeiras.

A indicação, porém, não foi bem aceita por alguns dirigentes, que querem atleta mais novo para a posição. Fábio (Cruzeiro) agrada a parte da diretoria, mas não está nos planos de Sanchez, aliado de Kia Joorabchian. Em casos de impasse, a decisão é do presidente da MSI, segundo o contrato.

Além de um substituto para Costa, Dualib quer um lateral, um zagueiro e ao menos um atacante.

Conselheiros do clube reclamam que Kia e Dualib estão preocupados em brigar que têm deixado em segundo plano os reforços.

E o foco deve continuar fora de campo. Ontem, Caetano Matanó Júnior, ex-conselheiro corintiano, entrou com medida cautelar na 1ª Vara Cível de São Paulo pedindo intervenção no clube, alegando irregularidade nas eleições de 2003.