Mudança em lei de seguros automotivos entra em vigor em 1º de janeiro

Por Gazeta News

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Quando passamos por algum processo de trauma, seja ele acidente de carro, queda, torções, etc, o nosso corpo passa por um processo de adaptação e inflamação. Na grande maioria dos casos, os sintomas (dores, dormências) só aparecem semanas ou meses depois. “É aí que a pessoa percebe que houve uma mudança fisiológica, perda de função, etc”, explica o quiroprata Cleberton Bastos, que tem clínica em Pompano Beach. “Exemplo mais comum é quando uma pessoa está jogando bola, toma várias pancadas, mas como a adrenalina está alta no corpo, aparece somente uma dorzinha e logo vai embora. Mas o problema vai aparecer alguns dias depois, com inchaço, manchas e até fraturas”.

No entanto, uma nova lei dos seguros de carro, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2013, não leva em conta o tempo que os traumas causados por um acidente podem aparecer. O seguro de proteção pessoal (Personal Injury Protection - PIP), o mesmo que cobre gastos médicos em caso de acidentes, sofrerá mudanças drásticas. Pessoas que sofreram um acidente nos últimos quatro anos e sintomas apareceram somente agora, têm somente até 31 de dezembro para buscar um tratamento que seja pago pelo seguro.

Até o momento, todos os seguros da Flórida cobriam acidentes ocorridos nos últimos quatro anos, mas a nova lei restringe isso a 14 dias. Nessa lei, a HB 119, o acidentado terá somente 14 dias a partir da data do acidente para procurar tratamento, disse o quiroprata Cleberton Bastos.

“De acordo com uma pesquisa divulgada em 2011 pelo American College of Rheumatology (ACR), 2.069 pessoas foram estudadas por quatro anos, levando em consideração traumas passados, incluindo acidentes de carro. De todas as pessoas que sofreram acidentes de carro, 84% apresentaram dores crônicas relacionadas ao acidente”, escreveu Cleberton, por e-mail.

“Mesmo com pesquisas e fatos mostrando que sintomas levam tempo para aparecer, a mudança foi aprovada”, continuou o quiroprata. “E piora ainda mais, pois tratamentos essenciais para dores crônicas, tais como acupuntura e massoterapia, não terão cobertura alguma, mesmo se a pessoa procurar tratamento nos primeiros 14 dias”.

Ainda de acordo com Cleberton, para tratar da coluna e articulações nos primeiros 14 dias com um quiroprata, somente 25% da cobertura do seguro estará disponível para isso. “Ou seja, o acidentado passa por um trauma cervical (wiplash) onde os sintomas levam semanas a aparecer, mas somente parte do benefício que ele é obrigado a pagar estará disponível para o tratamento. Se o tratamento for procurado após 14 dias do acidente, o acidentado terá que tirar do próprio bolso para se tratar”.

Essa nova lei ainda contém uma proposta na qual os custos de seguro de carro deveriam ser reduzidos, mas essa dedução é opcional, as seguradoras não são obrigadas a fazer. Em alguns casos, a média dessa redução tem sido de 2.5%, mas poucos tem visto seus seguros baixar de preço.

Com colaboração de Cleberton Bastos