Muita calma nessa hora - Show de Bola

Por César Augusto

O Brasil ganhou da Venezuela. E daí? Convenhamos, não fez nada mais do que a obrigação. Por sinal, nem fez isso com tanta sobra.

Em jogos de Eliminatórias para Copas do Mundo, só duas vezes na história o placar não foi tão apertado (1 a 0 em 81 / 0 a 0 em 2009). Todas as outras vezes o Brasil goleou.

Dessa vez, em Fortaleza, o Brasil fez 3 a 1. Willian fez dois e Ricardo Oliveira, um. Willian, por sinal, foi o melhor do Brasil em campo. Não dá para imaginar que esse resultado tenha sido o fim da crise do futebol brasileiro. Acho, na verdade, que quase chega a reforçar essa crise. Começando pelo “fim da paixão”. O torcedor brasileiro não se encanta mais com a seleção. Não acompanha mais a seleção com tanto interesse.

O jogo foi em Fortaleza, cidade onde as pessoas são viciadas em futebol. Mesmo assim, num Castelão onde cabem 64 mil torcedores, só 39 mil foram ver a Seleção. Não quero ser pessimista e sempre tento procurar algo positivo para destacar, mas fica cada vez mais difícil.

Volto a falar da falta de profissionalismo dos jogadores brasileiros. Neymar, por exemplo, teve um fim de semana de folga no Barcelona. Foi para o Rio de Janeiro e passou o dia “festando”. Foi fotografado entrando com duas mulheres em uma suíte de hotel. Muita gente defende que o atleta não deve ser cobrado fora de campo. Ninguém tem nada com isso. Eu tenho uma ideia um pouco diferente. Acho que o atleta vive de sua forma física e, sim, o que faz fora de campo pode atrapalhar e muito o seu desempenho.

“E se o cara entrar e jogar bem, acabar com o jogo? Aí esse seu argumento não vai valer de nada”. Se ele (não o Neymar, qualquer um) se cuidasse 24/7 durante a temporada, jogaria muito melhor, sem dúvida. Pode ter jogado bem, mas não jogou o que poderia jogar se tivesse responsabilidade.

Posso estar parecendo “careta” demais, chato demais, mas acho que é a única coisa que pode salvar o futebol brasileiro. A irresponsabilidade e a falta de profissionalismo não podem ser idolatradas, admiradas, seguidas.

Precisamos de uma geração responsável, que não receba tantos tapinhas nos ombros. Precisamos de jogadores que se comportem na sala de aula, mas que também façam a lição de casa. Precisamos de talentos com responsabilidade. O que fica cada vez mais raro. Entendo, claro, que são jovens milionários, que querem aproveitar a vida. Eu, talvez, fizesse até pior. Mas, então, não podemos chorar pelo fim do futebol e muito menos sofrer por ele.

Avaliações da semana BOLÃO Medina Não sou muito ligado no surfe, mas vi um “aéreo” do Gabriel Medina impressionante. O moleque conquistou um título inédito no ano passado e mostrou, nessa manobra, que não foi por acaso. Manda muito bem. BOLACHA Adriano Vi que o atacante, que não joga já faz um tempo, está fazendo sucesso nas redes sociais. Isso, convenhamos, não vai mudar muito o cenário da bola. BOLINHA Seleção Brasileira Não podemos esquecer que a Seleção perdeu para o Chile no primeiro jogo das Eliminatórias. Não me venham com “não tem mais bobo no futebol” ou “ é a melhor Seleção que o Chile já teve”. Eu acho um resultado ridículo. A Seleção Brasileira não pode perder para o Chile. Nunca.