Mulher conta sobre relação com pedófilo

Por Gazeta Admininstrator

O polêmico livro Tiger, Tiger despertou a atenção da crítica literária pela crueza como Margaux Fragoso, hoje com 31 anos, descreve sua relação com um pedófilo por 15 anos.

Aos sete anos, a americana conheceu Peter Curran, 51, em uma piscina pública de New Jersey. Ele depois convidou a menina e sua mãe para visitarem a casa dele, onde Margaux se encantou com brinquedos, livros e, sobretudo, com a companhia de Peter, “um companheiro de brincadeiras, um pai, um amante e um captor”, tudo ao mesmo tempo.

“Li que os pedófilos racionalizam o que fazem ao pensar que é consensual mesmo que eles usem a coerção”, diz Margaux no livro.

“Passar tempo com um pedófilo é como estar drogado. É como se eles (pedófilos) fossem crianças também, mas com um conhecimento que as crianças não têm. Eles conseguem fazer o mundo de uma criança incrível, de alguma forma. E, quando isso acaba, é como parar de usar heroína e, por anos, elas (as crianças) não conseguem parar de perseguir o fantasma dessa sensação”, afirma.

Família

A relação entre Fragoso e Curran era facilitada pelo fato de que a menina vinha de uma família desestruturada: a mãe, com problemas mentais, é descrita como “devotada”, mas incapaz de cuidar da filha. O pai, alcoólatra, chegou a impedir as idas de Fragoso à casa de Curran, suspeitando das segundas intenções dele, mas acabou cedendo.

O primeiro contato sexual teria ocorrido quando a menina tinha oito anos. Fragoso se lembra também de passeios, das brincadeiras em que eles personificavam animais - ela era o tigre - e de cartas escritas por Curran, prometendo a ela amor eterno.

Ao humanizar seu captor e explorar esse período da sua vida, a editora Douglas & McIntyre diz que Fragoso “nos ajuda a ver como os pedófilos agem para roubar infâncias. E, ao escrever Tiger, Tiger, ela se curou de uma ferida que durou 15 anos”.

Curran (o nome é fictício) teria se suicidado aos 66 anos, dominado pela culpa e pelo medo de perder Margaux, que, mais velha, mudou sua percepção do relacionamento.

Crítica

As vívidas descrições do mundo de Fragoso e Curran despertaram críticas variadas. Para alguns, o texto se asseme-lha à pornografia infantil. Uma resenha diz que a parte que descreve o primeiro contato sexual de ambos “é talvez a coisa mais indecente publicada em qualquer livro importante da última década”.

Em entrevistas, a autora defende que o livro ajuda o público a identificar as “táticas” usadas pelos pedófilos. “Eles são bonzinhos para ganhar confiança”, disse ela. Uma crítica no New York Times diz que Tiger, Tiger “força o leitor a conhe-cer Curran tanto como o objeto do amor de uma menininha quanto um criminoso sexual que cultiva a dependência dela”.

Sobre o processo de produção do livro, Fragoso - hoje casada e mãe de uma filha - diz que, como escritora, ela sabia que tinha que ver o lado real de Peter. “Era difícil aceitar isso, porque a criança dentro de mim queria acreditar em outra coisa, mas a minha parte adulta diz: ‘Não, sinto muito. Ele não é uma boa pessoa. É um monstro’”, disse ela ao jornal The Globe and Mail.

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