Mulher é acusada de trazer para o sul da Flórida “flakka”, um tipo de droga sintética alucinógena

Por Gazeta News

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No que parece ser o primeiro caso desse tipo no sul da Flórida, uma mulher está sob custódia federal, acusada de estar importando a droga “flakka” de Hong Kong.

Jaime Nicole Lewis, de 22 anos, é acusada de conspirar para importar, por posse e distribuir uma substância também conhecida como “$5 dólares insanity”.

O procurador federal Lothrop Morris disse, em uma audiência no dia 27, na corte federal de West Palm Beach, que esse caso é, de conhecimento dele, o primeiro no Distrito Sul da Flórida de importação de flakka, uma droga que autoridades locais têm atribuído a uma onda recente de incidentes violentos e bizarros. Na audiência, o juiz Dave Brannon determinou que ela ficasse presa por ser “uma ameaça à sociedade”.

De acordo com uma queixa criminal, autoridades chegaram a Lewis e outro acusado, Kevin Raphael Bully, depois de uma denúncia sobre a entrega de narcóticos suspeitos no condado de Palm Beach. As informações sobre os pacotes vieram de autoridades britânicas, que descobriram que foram feitos vários envios de uma companhia de produtos químicos em Hong Kong contendo alpha-PVP. Conhecida nas ruas como flakka, a substância tem causado caos na Flórida.

Um agente se disfarçou de entregador da DHL para fazer a entrega de um pacote suspeito a um homem identificado como Bully, na Allegro Drive, em Boca Raton. No dia 9 de abril, autoridades também confiscaram uma caixa para Nicole Lewis entregue para o endereço de sua mãe.

Dentro, eles encontraram alpha-PVP. Se condenada, Lewis pode pegar até 20 anos de cadeia.

“Casos bizarros” Policiais de uma delegacia na Flórida perceberam que alguma coisa estava muito errada quando um homem tentou derrubar a porta de vidro na entrada do prédio, dizendo estar fugindo de furacões.

Naquela mesma semana, em outros pontos do estado, situações semelhantes ocorreram: numa delas, um homem acabou empalado por uma grade enquanto tentava escapar de assassinos imaginários.

Nos dois casos os homens tinham consumido flakka, uma série de drogas sintéticas alucinógenas que está se popularizando nas ruas do estado.

Ela é uma versão sintética da catinona, um estimulante similar à anfetamina, que causa excitação, euforia e é altamente viciante. A flakka pode ser injetada, inalada, ingerida ou fumada. Alguns usuários a combinam com outras drogas, como a maconha ou produtos farmacêuticos.

“Trata-se de um poderoso estimulante que se vende nas ruas por apenas $5 dólares a dose”, explica James Hall, pesquisador da Nova Southeastern University, na Flórida.

Em alguns casos, a droga pode até matar. De acordo com o DEA, 132 pessoas morreram em 2013 no estado em casos relacionados ao consumo de flakka. Em 31 deles, a droga foi considerada a causa direta da morte.

“O corpo entra em estado de hipertermia, e alcança temperaturas extremas de mais de 40 graus. O indivíduo fica psicótico e na maioria das vezes rasga as roupas. Corre por toda parte e atua violentamente por causa das alucinações”, explica Hall. “Essas pessoas desenvolvem grande força por causa da adrenalina, e precisam ser controladas por quatro ou cinco policiais. Uma vez controlados há grande risco de morte e, por isso, precisam de atenção médica imediata”. Hall alerta que outro grande risco é a falta de informações sobre a droga, sobre sua dosagem ou mesmo sua combinação com outras drogas, como o MDMA, também conhecido como ecstasy.

Além da Flórida, o especialista acredita que sua difusão geográfica é muito mais ampla. Segundo ele, autoridades europeias recentemente confiscaram um carregamento de mais de uma tonelada da droga.