Mulher que matou brasileiro já cometeu crime semelhante
Não foi a primeira vez que Marcia Rodrigues - que no último domingo(4), matou com cinco tiros o brasileiro Ildo Araújo, 42 - acusou um homem de tê-la atacado. Também não foi a primeira vez que ela agrediu e deixou sangrando um homem a quem, posteriormente, acusou de tê-la atacado. Há 14 anos, Rodrigues perfurou, com uma lixa de unhas, a garganta de Johnny Tremaine, proprietário do restaurante Rainbow Room, em West Palmetto Park Road. O episódio, de acordo com os registros policiais, ocorreu dentro de seu próprio carro. Depois de agredir o homem, ela parou o carro no estacionamento de um 7-Eleven, em West Camino Real, o empurrou no carro no chão, e deixou o local dirigindo em disparada.
As duas versões, de Rodrigues e de Tremaine, contadas na ocasião à polícia diferem totalmente. Segundo Tremaine, os dois viajavam no carro de Rodrigues por uma estrada escura, quando a mulher, de repente, o atacou. Rodrigues, por sua vez, contou que os dois estavam no carro quando Tremaine a teria ameaçado com um objeto pontiagudo, e dito que ela teria que fazer sexo com ele e fumar crack, e que ela iria gostar. A mulher teria então tirado o objeto das mãos de Tremaine e o atacado.
Na ocasião, após o ataque, Tremaine, hoje com 70 anos, decidiu não apresentar queixa contra Rodrigues, mas após ler as notícias sobre a morte do brasileiro Araújo, ele decidiu contar sua história.
O assassinato do brasileiro
Pouco antes da meia-noite de domingo(4) policiais de Boca Raton encontraram o brasileiro Ildo Araújo, de 42 anos, ferido com vários tiros, no closet do quarto de sua patroa Marci Rodrigues. Depois de interrogada, ela confessou o crime, e alegou que Araújo, que havia trabalhado algumas vezes como piscineiro em sua casa, teria tentado molestá-la sexualmente. Araújo chegou a ser levado para o Delray Medical Center, mas morreu em seguida.
Rodrigues descarregou o revólver em Araújo. Mesmo assim, após ser interrogada, não permaneceu presa. "Quando atirei nele o sangue espalhou-se por toda parte. Eu continuei atirando até que a arma estivesse descarregada", disse.
Não foi a primeira vez que Marcia Rodrigues acusou um homem de tê-la atacado. Também não foi a primeira vez que ela agrediu e deixou sangrando um homem a quem, posteriormente, acusou de tê-la atacado. Há 14 anos, Rodrigues perfurou, com uma lixa de unhas, a garganta de Johnny Tremaine, proprietário do restaurante Rainbow Room, em West Palmetto Park Road. O episódio, de acordo com os registros policiais, ocorreu dentro de seu próprio carro. Depois de agredir o homem, ela parou o carro no estacionamento de um 7-Eleven, em West Camino Real, o empurrou no carro no chão, e deixou o local dirigindo em disparada.
No domingo (4), após o ataque ao brasileiro, os policiais foram chamados pela própria mulher, que entregou a eles o revólver calibre 38, que confirmou ter descarregado em Araújo. "Eu temia pela minha vida. Ele abusou de mim", disse ela, de acordo com informações prestadas pela polícia de West Palm Beach. A polícia decidiu não fichá-la pelo crime.
Araújo era baiano, e estava nos EUA há quatro anos. Era freqüentador da igreja católica e, de acordo com o amigo Eduardo, era considerado uma pessoa calma e equilibrada, e jamais demonstrou qualquer comportamento violento. A sobrinha de Araújo, Sheienne Araújo, confirmou. "Ele nunca foi violento. Nunca machucaria alguém", concluiu.
Até mesmo para os amigos de Araújo, o episódio ainda é um mistério, uma vez que ele jamais teria comentado com familiares ou amigos sobre a existência de Rodrigues. "Tudo isso é um mistério para nós", disse o amigo Luiz Santos.
Araújo, segundo a polícia, costumava limpar a piscina da casa de Rodrigues antes do marido dela mudar-se para a Georgia. O casamento, de acordo com os policiais, terminou em divórcio. Rodrigues contou que costumava observar pela janela enquanto Araújo trabalhava na piscina. Antes do dia de Thanksgiving, ela disse que decidiu aproximar-se e oferecer a ele um sanduíche de peru. Recentemente, ainda segundo ela, os dois almoçaram juntos. Pouco depois ele teria feito a ela uma oferta de 30% de participação em um negócio que ofereceria a um cliente americano, para que trabalhasse como intérprete.
Os dois então se encontraram, novamente, na casa de Rodrigues, no domingo. Segundo ela, Araújo, nesta ocasião, estaria agindo de maneira estranha e, depois de terem conversado sobre negócios, na cozinha, ele teria começado a aproximar-se e a acariciar seus cabelos. Em seguida, segundo Rodrigues, Araújo a teria levado para o quarto e a forçado sexualmente, durante horas.
Ela contou aos policiais que conseguiu escapar, pegar a arma no closet e atirado várias vezes. "Eu não tive alternativa, a não ser atirar. Isso vai mudar minha vida para sempre", disse a mulher.
