Mulheres avançam em empreendedorismo, mas ainda não na política

Por Arlaine Castro

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As mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no mercado liderando o próprio negócio. Mas a sua participação na política, especialmente no Brasil, ainda deixa a desejar. Nos Estados Unidos, foram iniciadas uma média de 1.821 novas empresas por dia entre 2017 e 2018 chefiadas por mulheres, com a Flórida à frente do ranking nacional, de acordo com a análise do relatório por estado de mulheres donas de empresas de 2018, encomendado pela American Express. No Brasil, as mulheres também estão à frente dos homens na criação de novos negócios.Em 2016, a taxa de empreendedorismo entre pessoas que têm um negócio com até três anos e meio de existência ficou em 15,4% entre as mulheres e em 12,6% entre os homen, como cita apesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2016, coordenada no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). A pesquisa revelou também que as mulheres empreendem por necessidade mais frequentemente do que os homens. Essa realidade também é vista nos EUA como abordado na matéria de destaque da edição desta semana “Flórida lidera EUA com mulheres à frente do próprio negócio”. Brasileiras que encontraram no próprio negócio a saída para o desemprego nos Estados Unidos e também brasileiras que empreenderam por paixão ao que fazem contam suas histórias e o que pensam da falta de igualdade salarial e preconceito no mercado de negócios. Para a ONU Mulheres, para avançar na igualdade de gênero e nos direitos das mulheres é preciso alcançar a paridade na representação política. É disso que trata a recente publicação na matéria “Igualdade precisa começar com representação política, diz ONU Mulheres”, publicada pela Agência Brasil no dia 26 de setembro. Para que avancem na política, a recomendação da organização é que nas eleições de outubro o número de representantes femininas seja ampliado, já que atualmente apenas 10,5% do Congresso Nacional é composto por mulheres, mesmo elas sendo 51% da população brasileira e 52,5% do total de 147,3 milhões de pessoas aptas a votar no país, diz a Agência. Na publicação, a representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, cita que a paridade entre homens e mulheres em postos de representação e comando faz parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que tem como uma das metas um planeta 50/50 em 2030. Em comparação com outros países da América Latina, o Brasil está muito atrasado quando o assunto é paridade na representação política. “Na média da América Latina, a participação das mulheres nos congressos é em torno de 30%. O Brasil só está melhor na região do que o Haiti e Belize. E têm países como o México, Costa Rica, Bolívia e Cuba, que têm já 50%. Então, o Brasil está ficando para trás”, disse Gasman. Resumindo, caso mais mulheres candidatas sejam eleitas nesta eleição no Brasil, essa disparidade vai diminuir. Para isso, há que se mudar a mentalidade ainda impregnada de apenas candidatos homens serem capazes de atuar no mundo das leis. É preciso começar a realmente acreditar no poder da mulher na política, assim como tem se acreditado nelas para o mundo dos negócios.