Mundo corporativo - Negócios & Empresas

Por Marcelo Mello

Acho que todo mundo sabe que não “vou muito com a cara” do mundinho corporativo. Para quem chegou agora, deixo isso claro: Não suporto! Tenho minhas razões para isso. Trabalho desde os 17 anos e lá se vão... 37... quase que em sua totalidade ligados direta ou indiretamente ao universo das grandes corporações. Pude, portanto, ver de pertinho como é que as coisas funcionam. Ou... nem tanto.

Prestar serviços de consultoria é bom. Você consegue enxergar a produtividade, ou a falta dela, avisa ao cliente e, muitas vezes, eles não dão bola porque, dizem, “as coisas são assim desde sempre e nada pode-se fazer a respeito”.

Pois é. Quem é que inventou que as coisas não podem evoluir? Quem foi que disse que a filosofia de trabalho de uma empresa não pode ser alterada? Bem, reza a lenda que quem afirma coisas do tipo o faz por pura preguiça ou jogo de interesses.

Vamos direto ao ponto: clientes e fornecedores de uma empresa não estão muito afim de saber se suas empresas são ou não eficientes, fazem isso apenas da boca para fora. A preocupação maior é manter as relações pessoais em níveis de proximidade que beira a insanidade.

Happy our todos os dias a fim de fazerem o tal network, na maioria das vezes, nada mais são do que perda de tempo sem tamanho. Sem falar dos fins pouco ortodoxos ou republicanos. Todo mundo só quer saber quem é a nova loirinha do marketing ou o bonitão do financeiro.... Tudo isso é uma grande bobagem sem produtividade alguma.

Tudo por quê? Porque algum “gênio” do RH decidiu analisar as pessoas de acordo com o que chamam de “bom ambiente de trabalho”. Acham que esse ambiente é construído forçando a barra em juntar egos nos finais de tarde para que eles convivam além da conta entre si, ainda que não tenham afinidade alguma fora das baias dos escritórios. As pessoas têm afinidades ou não, simples assim.

Os funcionários têm que ser analisados de acordo com sua produtividade, conduta, ética e até comportamento dentro “das quatro linhas”, if you know what I mean. Jamais partindo da premissa de que quem é mais sociável e tem mais amiguinhos dentro da corporação é melhor. Claro que o bom relacionamento tem que estar presente, entretanto, exigindo-se respeito ao próximo e não forçando as amizades. E como tem funcionário falso forçando essa barra em busca de um lugar ao sol!

Do outro lado, dói na alma quando vejo algum executivo dizer que “nossa empresa é uma família”. Pelo amor de Deus! Famílias são importantes, claro, todo mundo sabe disso, o que se esquecem é de que é a fonte de 90% dos problemas individuais. Não se compara alhos com bugalhos. Deixem nossas famílias fora do ambiente de trabalho.

Retomando: dar créditos a quem força a barra para ser legal, fofo ou bonzinho chega a ser ingênuo. E como tem gestor ingênuo por aí...