Não há desculpas para não se inscrever no “Obamacare” - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

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Esta semana, trazemos duas histórias comoventes sobre saúde, que vêm convenientemente como exemplos da importância de um bom planejamento com o seguro de saúde. As histórias são tristes. Uma é de um brasileiro que vivia nos Estados Unidos há 16 anos e foi diagnosticado com um câncer avançado, no ano passado. Ele resolveu voltar para Minas Gerais, onde conta com o apoio da família durante o tratamento. Eric Barbino não tinha papéis de imigração e decidiu que a melhor coisa seria estar junto com sua família, já que não poderia arcar com o tratamento nos Estados Unidos. Sem recursos também lá, ele está sendo atendido pelo sistema público e tem contado muito com o apoio financeiro de seus amigos que permaneceram na Flórida.

A outra matéria conta a história de Lucas de Oliveira, um jovem de 22 anos que sofreu um grave acidente há 10 meses. Ele está em coma em um hospital em Pompano Beach, não tem seguro médico e sua família, como se não bastasse o luto diário, precisa lidar com a pressão do hospital para transferi-lo dali.

Nesses dois casos, nem Lucas e nem Eric teriam a possibilidade de se inscrever em planos de saúde através do Affordable Care Act, também conhecido como Obamacare, já que os dois não têm papéis para viver legalmente nos Estados Unidos. No entanto, há muitas pessoas que podem se inscrever e têm até o dia 15 de fevereiro para fazê-lo, ou seja, menos de um mês. Embora os dois não pudessem ter os seguros de saúde, suas histórias lembram que não podemos prever o futuro. Uma inesperável queda, ou uma dor, podem se tornar algo muito mais sério. Para funcionar, o sistema depende da inscrição de pessoas saudáveis, que pagarão pelas doentes.

Além das razões acima mencionadas, é importante lembrar, como podemos ver em uma matéria sobre o imposto de renda na página 14 desta edição, que este ano quem não teve seguro no ano passado, terá que pagar uma multa de quase $100 dólares. Mas, no próximo ano, essa multa será ainda mais alta, quase três vezes o valor da atual e, no ano seguinte, ainda maior. Ou seja, nem financeiramente irá compensar não ter seguro de saúde.

Não precisamos somente nos basear em histórias trágicas para ver o quanto pode ser proveitoso aproveitar a nova lei. Há histórias de sucesso todo o tempo, com casos de bons atendimentos, cirurgias de última hora, cobertura de partos e mesmo um check up anual para manter a boa saúde.

Claro que há as histórias de más experiências e de mau atendimento, como sempre haverá. O bom dos mercados do governo é simplesmente que é possível mudar e explorar as opções. Com mais pessoas asseguradas, poderemos limitar o número de campanhas como as dos brasileiros nessa edição somente a quem realmente precisa. Não há partidos quando é a saúde que está em jogo.