Nasce primeiro bebê com o vírus Zika no sul da Flórida

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_123654" align="alignleft" width="300"] Micaela nasceu dia 28 de junho e foram diagnosticadas algumas calcificações em seu cérebro por causa do vírus.[/caption]

Um bebê infectado com o vírus Zika está sendo tratado por médicos no sul da Flórida. Ele não foi diagnosticado com microcefalia, mas os médicos disseram que o recém-nascido está sofrendo de outros efeitos secundários relacionados ao vírus.

Fotos tiradas de dentro dos olhos do bebê no Bascom Palmer Eye Institute da Escola de Medicina da Universidade de Miami ajuda a dar aos médicos uma visão mais clara de como tratar o bebê.

"Você pode ver que aqui temos as mudanças no pigmento. Então é isso que nós pensamos que é a infecção Zika nesta criança," explica o pediatra especialista em retina, Dr. Audina Berrocal, ao examinar uma foto.

A mãe do bebê, Maria Ramirez Bolivar, contraiu o vírus no final de seu primeiro trimestre, durante as  férias de Natal da família na ilha de Margarita, localizada na costa da Venezuela, a cerca de 290 milhas a leste de Caracas.

"Pensaram que era o sol", disse Ramirez Bolivar sobre as erupções que começou a ter na pele, seguidas  de olhos vermelhos e problemas de estômago. Ela disse ainda que se sentiu muito mal ao ouvir a notícia e, depois disso, seu "mundo entrou em colapso”, disse.

Ramirez Bolívar, que é da Venezuela, mas agora vive em Doral, Miami-Dade, disse que consultou com três médicos e, em seguida, esperou pelos resultados. Segundo ela, os últimos meses foram preenchidos com a ansiedade, sem saber o destino de seu bebê, Micaela, que agora é de quase dois meses de idade.

"Felizmente o bebê tem muito pouco alterações na retina", disse o médico Berrocal, que após alguns exames detectou que Micaela tem algumas calcificações em seu cérebro por causa do vírus.

"Isso só revela que houve uma bactéria ou um vírus no cérebro e que provocou algumas calcificações", disse Berrocal. "Bebês com diagnóstico e tratamento precoce e certo, às vezes eles conseguem se desenvolver quanto mais cedo detectamos, explica."

Berrocal esteve recentemente no Brasil e trabalhou com outros 25 bebês que possuem microcefalia severa. Comparando os bebês e a intensidade da infecção, salienta ainda que, “as cicatrizes em retinas desses bebês são maiores e mais perto do centro do que de Micaela, a evidência de que é provável danos a longo prazo e o desenvolvimento normal dessas crianças”.

"Alterações nos olhos indicam que deve ter algo no cérebro dessa criança", disse Berrocal. Ainda assim, Berrocal disse Micaela provavelmente vai ter "desenvolvimento visual quase normal."

Ramirez Bolivar está aliviada pela condição de sua filha não ser pior e deu-lhe o nome do meio Milagros (milagre), porque ela acredita que sua filha é uma criança “milagre” e alerta outras mães para que não vão a lugares onde há suspeita de Zika. Revela ainda que não consegue dormir direito desde então, por se preocupar com o futuro de sua jovem filha.

Micaela, que nasceu 28 de junho, é o quarto filho de Ramirez Bolivar. Ela também tem uma filha de 13 anos e gêmeos de 9 anos.

Fonte: Local 10.