Navio-Escola da Marinha do Brasil visita Miami

Por Gazeta Admininstrator

Por: Atilano Muradas

Nos dias 11 e 12 de agosto, o Navio-Escola da Marinha do Brasil esteve atracado no Porto de Miami, aberto para visitação do público. Muitos brasileiros se cadastraram e não perderam a oportunidade de conhecer um pouco da Marinha do Brasil. O Navio-Escola partiu do Rio de Janeiro no dia 29 de junho, passará por 20 portos de diversos países e voltará ao Brasil no dia 9 de dezembro.

A tripulação é composta de 32 oficiais, 219 praças, 185 guardas-marinha brasileiros e dois da Namíbia, e é comandada pelo Capitão-de-mar-e-guerra Nilo Moacir Penha Ribeiro. Além destes, também estão a bordo um aspirante-a-oficial do Exército e um 2º tenente da Força Aérea. Ambos terminaram em primeiro lugar o curso de formação de oficiais em suas respectivas forças e, por isso, ganharam, como prêmio, a viagem no Navio-Escola.

O objetivo do Navio-Escola, como o próprio nome diz, é dar aos guardas-marinha, que serão os futuros oficiais da Marinha do Brasil, instruções práticas de metereologia, marinharia, operações navais, controle de avarias, administração naval e liderança, além de proporcionar a adaptação e a participação ativa na vida de bordo.

O Capitão-Tenente Bruno Tadeu Villela, que em 2000 era aluno, este ano é assessor de imprensa do Navio-Escola e instrutor do SSTT - Sistema de Simulação Tática e Treinamento. “O SSTT foi totalmente desenvolvido pela Marinha do Brasil e simula todas as situações de uma guerra naval. No Navio-Escola os guardas-marinha têm contato com tudo o que apren-
deram na Escola Naval”, disse Villela.

O Navio-Escola “Brasil” foi construído a partir de uma fragata entre setembro de 1981 e setembro de 1983, quando foi lançado ao mar pela primeira vez. 60% da sua tecnologia é brasileira. Entre as tecnologias tupiniquins de maior expressão estão o SSTT, o Terminal Tático Inteligente e o Sistema de Controle de Avarias.

Villela conta ainda que a maioria dos navios-escola do mundo não são como o “Brasil”, que é feito de metal. “Argentina, Uruguai, Colômbia, México e outros países usam veleiros. A Navy dos Estados Unidos, por exemplo, não possue navio-escola. Só a guarda-costeira é que tem. No padrão deste nosso quem tem é a Itália, Japão e outros poucos países. Nem a Inglaterra e nem a França possuem navio-escola”, informou Villela.

Quem participou do passeio pelas ins-talações do navio teve que subir e descer muitas escadas íngremes. Todo o espaço interno é bem planejado e meticulosamente bem utilizado. São dezenas de camarotes, salas de trabalho, sala de recreação, duas salas de aula, um auditório, distribuídos em vários andares. No Passadiço ou Ponte de Comando, os visitantes puderam apreciar os diversos instrumentos de controle do navio que possui três radares.

Uma característica que chama a atenção é a rusticidade dos ambientes. Os cabos e tubos de energia, água, óleo, não estão escondidos por trás de forros. Ficam expostos. “Essa é uma característica dos navios de guerra em todo o mundo. Os cabos e tubos ficam à vista para facilitar a manutenção e os reparos”, explicou Villela.

Novidade
Outra novidade interessante na visita é apreciar produtos brasileiros, tais como quadros e bebidas, que são expostos com a finalidade de não apenas captar negócios, mas também mostrar a cultura brasileira.

A viagem, que dura 5 meses e 11 dias, passa pelos seguintes países: Venezuela, Colômbia, México, Estados Unidos, Inglaterra, Noruega, Suécia, Rússia, Alemanha, Portugal, França, Itália, Egito, Grécia, Tunísia, Espanha. Esta é a 21ª viagem de instrução do Navio-Escola “Brasil”. Ao final, os alunos se separam e são designados para as diversas unidades da Marinha em todo o território brasileiro.

Quem não pode fazer a visita este ano, não fique triste. Todo ano o Navio-Escola “Brasil” passa pelo Porto de Miami. É só ficar atento às notícias e não perder o prazo para se inscrever.