Negócio próprio: sob medida ou pronto para levar?

Por Gazeta Admininstrator

De acordo com estudo realizado por pesquisadores das Universidades de Harward, Cambridge, Mass e Nevada, proprietários de pequenas empresas anualmente respondem por um número estimado de 260 mil a 315 mil falências nos Estados Unidos. Tais números correspondem a aproximadamente nove vezes mais do que os números oficiais calculados pelo Governo.

Embora a legislação norte-americana ofereça inúmeras facilidades para abertura de um novo negócio, e um processo muito mais ágil em comparação com as leis brasileiras, por exem-
plo, o sonho de tornar-se um empresário requer uma série de cuidados a fim de evitar que o novo empreendedor passe também a engrossar as estatísticas de falência empresarial no país.

Bem administrado, praticamente qualquer negócio tem chances de tornar-se bem sucedido neste país. Na Flórida, o Centro de Desenvolvimento de Pequenos Negócios (Small Business Development Center – SBDC), entidade sem fins lucrativos voltada para a integração e orientação de micro e pequenos empresários, calcula que a cada 17 horas um novo negócio é a-berto na Flórida por intermédio do SBDC, e que a cada 3 horas um novo emprego é gerado por tais empresas.

Especializado na compra e venda de empresas de qualquer porte e segmento, Hélio Néspoli da Transworld Business Brokers lembra que, de acordo com a Business Brokers of Florida, de cada 10 empresas abertas no estado, somente duas chegam ao final do primeiro ano e uma sobrevive até o final do segundo ano. Ele atribui o e-levado índice ao desconhecimento dos novos empreendedores sobre o ramo em que vão atuar, sobre fornecedores locais e fornecedores. “Mesmo que o novo empresário conheça aquele tipo de negócio, é fundamental que ele conheça coisas específicas do mercado em que vai operar”, diz Néspoli.

Pouco conhecida no Brasil, a atividade de Néspoli consiste em comprar e vender negócios. Aqui nos EUA, diz ele, a média de permanência de uma empresa nas mãos do mesmo proprietário é de cinco anos. Tal fato está muito relacionado à cultura empresarial norte-americana. O brasileiro, observa o especialista, tem uma relação emocional com a empresa, o que não ocorre com os americanos.

Nos Estados Unidos é muito comum que a compra e venda de empresas seja um negócio em si. “O americano não quer começar do zero porque não quer correr o risco de fechar no primerio ano. Ao mesmo tempo que vende uma, já está comprando outra. Põe a empresa para cima, fica dois ou três anos com ela, e vende”, ilustra o especialista, que compara a transação ao mesmo negócio realizado por brasileiros no mercado de imóveis. “Muitos brasileiros compram pequenos imóveis, investem e aguardam o melhor momento para ven-der”, compara.

Mas afinal de contas, qual seria a vantagem de comprar uma empresa já existente ao invés de iniciar um novo empreendimento?
Segundo Néspoli a grande vantagem está em incorporar ao futuro negócio a experiência adquirida pelo antigo proprietário, o cadastro de clientes e o relacionamento com fornecedores já existentes. “Tudo que foi necessário para o antigo dono chegar onde chegou, o novo proprietário vai receber pronto. É só dar continuidade que dará os mesmos lucros e os mesmos resultados”, diz o broker.

Em uma transação como essas o broker é a figura que intermedia a venda em nome do vendedor da empresa, portanto, na hora de pensar em comprar uma empresa já estabelecida é importante que o interessado busque orientação de um contador e de um advogado especializado na área comercial, a fim de checar se as condições da empresa e da transação se adequam aos seus interesses e necessidades.

A primeira providência adotada pelo broker, explica Néspoli, é realizar uma diligência nas áreas fiscal, trabalhista, financeira e legal da empresa a ser negociada. “Somos contratados pelo vendedor, mas somos mais um transaction broker, estamos interessados em conectar a coisa. Estamos interessados em fazer o negócio”, diz o broker.

Segundo ele, 95% das empresas negociadas por ele não têm a figura jurídica negociada, mas sim seu patrimônio. “A figura jurídica, da empresa não é vendida para evitar que se transfira responsabilidades para o comprador. Se a empresa tiver alguma dívida, o antigo proprietário é que responde por ela”, esclarece.

Vistos
Um dos motivos que levam brasileiros a ter interesse em estabelecer empresas nos EUA é a perspectiva de liberação de visto como empresário ou investidor (E-1). Nestes casos, é levado em consideração o volume de investimentos, em geral superior a $100 mil. Explicam advogados especializados em imigração que este tipo de visto não exige do investidor uma residência permanente nos EUA. Não há também nenhum limite de duração da estada, desde que seja mantido o status de investidor. O Consulado Americano concede estes vistos, geralmente, por períodos múltiplos de cinco anos. Além disso, o emprego de membros da família não é, em geral, visto como uma violação do status.

O visto de investidor não é limitado a nenhum tipo particular de negócio e pode incluir restaurantes, fábricas, e ocasio-
nalmente, qualquer outro tipo de atividade permitida pelas leis locais.