Nostálgicos vendem fumaça de carro em lata na Alemanha

Por Gazeta Admininstrator

Uma página na internet está vendendo fumaça de um antigo modelo de carro usado na Alemanha Oriental durante a época comunista, o Trabant, enlatada.
O chamado "Trabi Duft", ou perfume de Trabant, é vendido pela página Osthits, especialista em itens que eram comercializados na Alemanha Oriental, por 3,98 euros (cerca de R$ 12).

O nome da página vem do termo cada vez mais popular na Alemanha, "Ostalgie", a nostalgia por todas as coisas relacionadas ao regime comunista que governava uma parte do país.

Um exemplo desta moda é o sucesso da comédia alemã Adeus Lenin!, de 2003, que conta a história de um jovem, em 1989, que tenta esconder de sua mãe doente o fim da Alemanha Oriental, comprando todos os produtos do regime comunista.

"O cheiro (da fumaça do Trabant) é algo muito especial e raro atualmente. Nas estradas você ainda pode sentir o cheiro do Trabant, mas há poucos deles rodando hoje em dia", disse Thorsten Jahn, o dono da página que vende as latas.

Algodão

O Trabant, um carro barato com estrutura de plástico, era famoso por seu escapamento, que exalava muita fumaça.

Jahn afirmou que o “perfume” é produzido com a colocação de um algodão próximo ao escapamento do Trabant e, depois, colocando o algodão impregnado com a fumaça dentro das latas.

Trabant

Na antiga Alemanha Oriental, o Trabant rodava com combustível barato e considerado sujo.

Segundo Jahn, a inalação não oferece perigo à saúde pois o algodão filtra as partículas tóxicas que saem pelo escapamento.

"Não deixa ninguém doente, não é como respirar a fumaça diretamente. Centenas de clientes já pediram o produto, é um verdadeiro sucesso", disse.

Com o crescimento do fenômeno da "Ostalgie" nos últimos anos, muitos questionam se é válido sentir nostalgia por um regime político que atirava em todos os que tentavam escapar.

Mas Jahn, que mora na cidade de Eisenhuettenstadt, na antiga Alemanha Oriental, afirma que a tendência mostra uma mensagem política importante.

Para ele, ainda existem muitas diferenças entre as duas “Alemanhas”, com desvantagens para a antiga Alemanha Oriental, por isso, segundo Jahn, “as pessoas querem se lembrar dos velhos tempos".