Lula critica ações de Trump após anúncio de planos de "assumir" Gaza: " Vive de bravatas"

Durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump declarou que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza após o conflito

Por Lara Barth

Lula critica ações de Trump após anúncio de planos de "assumir" Gaza: " Vive de bravatas"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Groenlândia, o Golfo do México e o Panamá, chamando-as de "bravatas". Além disso, Lula também reprovou o plano de Trump de assumir o controle da Faixa de Gaza, apresentado na terça-feira (4).

Lula ironizou a postura de Trump, que durante sua campanha e após sua posse anunciou intenções como anexar a Groenlândia, mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América" e ocupar o Canal do Panamá. "Nenhum país, por mais importante que seja, pode brigar com todo mundo em todo tempo", afirmou Lula em uma entrevista a rádios de Minas Gerais, nesta quarta-feira (5).

Em relação ao plano de Trump sobre Gaza, Lula afirmou que "as pessoas precisam parar de falar o que vem na cabeça e começar a falar o que é razoável". Para o presidente brasileiro, a ideia de os EUA "assumirem" Gaza é incoerente, visto que a situação no enclave foi marcada por um genocídio e as falas de Trump são irreais. "Os palestinos vão para onde? O que aconteceu em Gaza foi um genocídio e eu sinceramente não sei se os EUA, que fazem parte de tudo isso, seria o país para tentar cuidar de Gaza", disse ele.

Durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump declarou que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza após o conflito e que os cerca de 2 milhões de palestinos que vivem no enclave seriam realocados permanentemente em outros países. O plano de Trump também inclui um aumento na presença militar dos EUA na região, caso necessário, para "garantir" o fim do Hamas.

Além dessas críticas, Lula também comentou sobre a questão da taxação de produtos. O presidente brasileiro afirmou que, caso o tarifaço implementado por Trump seja estendido ao Brasil, o país aplicará tarifas sobre os produtos dos EUA com base no princípio da reciprocidade. "É o mínimo de defesa. O governo merece utilizar a lei da reciprocidade", explicou.

Trump, por sua vez, cumpriu sua promessa de campanha e determinou um aumento nas tarifas comerciais sobre Canadá, México e China. Na última semana, o presidente americano reiterou que os Estados Unidos exigem um compromisso dos cinco países do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — de que não substituirão o dólar nem apoiarão qualquer moeda para substituí-lo, ou enfrentarão “tarifas de 100%”.

Fonte: O Globo