Youtuber identifica localização de Carla Zambelli nos EUA a partir de vídeo

Um vídeo aparentemente inofensivo, publicado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em uma rua sem identificação, foi suficiente para que um youtuber descobrisse com precisão sua localização nos Estados Unidos. Zambelli divulgou a gravação na terça-feira (3), no mesmo dia em que informou ter deixado o Brasil, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão.

Horas depois, o criador de conteúdo João Paschoal, conhecido como Geo Pasch, identificou o local exato do vídeo: o estacionamento de uma loja em Fort Lauderdale, na Flórida. Famoso por jogar GeoGuessr — jogo em que é preciso adivinhar locais do mundo com base em imagens de ruas — Paschoal utilizou pistas visuais como o formato de prédios, placas de veículos, vegetação e até palmeiras para estreitar as possibilidades.

Ele precisou ainda inverter digitalmente o vídeo, que estava espelhado, e utilizou o Google Earth para "viajar" virtualmente pela costa da Flórida, até encontrar os mesmos edifícios exibidos ao fundo. Segundo Paschoal, a pesquisa durou cerca de duas horas e a publicação com a descoberta viralizou, com mais de 2,5 milhões de visualizações.

A assessoria da deputada confirmou no dia seguinte que ela estava, de fato, em Fort Lauderdale. Embora Zambelli tenha dito posteriormente que havia revelado esse destino em entrevista, o youtuber afirma que não tinha conhecimento disso e que seu rastreio foi feito apenas com base nas imagens do vídeo.

Zambelli deixou o Brasil em 25 de maio, indo por terra até a Argentina e, de lá, viajando para os EUA. A fuga ocorreu 20 dias após sua condenação por envolvimento na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após sua saída, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva, o bloqueio de seus passaportes, perfis em redes sociais, salário parlamentar e a inclusão do nome da deputada na lista da Interpol.

A parlamentar declarou que se ausentará do cargo por motivos de saúde e classificou a ordem de prisão como “ilegal, inconstitucional e autoritária”.

Fonte: G1