Haddad quer incluir EUA em acordos para reforçar combate ao crime organizado no Brasil

Governo brasileiro busca cooperação com Washington para enfrentar lavagem de dinheiro e contrabando de armas, além de avançar na aprovação da lei do devedor contumaz.

Por Lara Barth

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro pretende propor aos Estados Unidos novos acordos de cooperação no combate ao crime organizado, aproveitando as negociações comerciais em andamento entre os dois países. A iniciativa integra o conjunto de estratégias do governo para reforçar a segurança pública e enfrentar organizações criminosas, como as atingidas pela operação Poço de Lobato.

Segundo Haddad, o governo quer intensificar o enfrentamento à lavagem de dinheiro realizada por meio de fundos de investimento sediados em paraísos fiscais. Ele afirmou que grupos criminosos têm usado essas estruturas, que operam com baixa transparência, para enviar e legalizar recursos nos Estados Unidos. “Vamos mostrar como os fundos fazem o dinheiro chegar nos EUA simulando investimentos”, disse.

A proposta brasileira também inclui uma ação conjunta contra o contrabando de armas. De acordo com o ministro, o país possui documentação que comprova o envio ilegal de armas e peças de armamentos dos EUA para o Brasil. “Vamos levar fotos e vídeos mostrando como armas estão chegando no Brasil em contêineres. Com controle na saída e na chegada, teremos mais fiscalização”, afirmou.

Além da cooperação internacional, Haddad reforçou a necessidade de aprovar a lei do devedor contumaz, que cria regras para identificar empresas que, de forma repetida e intencional, deixam de pagar impostos. O texto prevê punições como impedir a participação em licitações e restringir relações com o poder público. Para o ministro, a medida é crucial para cortar o financiamento das organizações criminosas. “Precisamos aprovar a lei do devedor contumaz para inibir práticas criminosas e proteger o contribuinte correto”, disse.

Fonte: UOL