EUA redefinem presença militar global para priorizar América Latina, diz nova Estratégia de Segurança Nacional de Trump

Documento prevê expansão duradoura da influência no Hemisfério Ocidental, reforço militar no Caribe e contenção da China; governo também mira imigração e repasse de responsabilidades a aliados

Por Lara Barth

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O governo Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (5) uma guinada estratégica na política externa dos Estados Unidos. A nova Estratégia de Segurança Nacional determina que o país reduzirá sua atuação global para concentrar recursos e influência na América Latina, deslocando responsabilidades para aliados tradicionais.

A diretriz surge em meio à forte mobilização militar no Caribe e ao aumento das tensões com o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Segundo o documento, o objetivo é consolidar a presença americana na região, conter cartéis de drogas, ampliar o controle migratório e limitar a influência de potências como a China.

A Casa Branca promete um “reajuste da presença militar global”, reforçando Guarda Costeira e Marinha nas rotas latino-americanas para enfrentar migração irregular, tráfico de pessoas e drogas, e garantir o controle de áreas estratégicas. O texto também autoriza, quando necessário, o uso de força letal nas ações contra cartéis.

A estratégia resgata de forma explícita a Doutrina Monroe, defendendo a primazia americana no Hemisfério Ocidental e a negação da presença militar ou estratégica de países externos à região. O documento reconhece a dificuldade de reduzir a influência chinesa, mas aposta no fortalecimento de parcerias comerciais e de segurança com governos latino-americanos.

O plano também detalha prioridades fora da região. Em Taiwan e na Ásia, o governo prevê intensificar a presença militar e pressionar Japão e Coreia do Sul a ampliar investimentos em defesa. No Oriente Médio, o documento afirma que os recentes bombardeios contra instalações nucleares do Irã e os avanços no acordo de paz em Gaza permitirão transferir responsabilidades a parceiros locais.

A estratégia critica a Europa pelas políticas migratórias e pela condução da guerra na Ucrânia, alegando expectativas “não realistas”. Trump defende endurecer fronteiras e combater “imigrações em massa” como pilar da segurança americana.

Fonte: G1