As estações do metrô da capital paulista, que normalmente abrem às 4h40, amanheceram fechadas hoje (28). Os metroviários tinham aprovado ontem (27) uma paralisação, no entanto, já na madrugada, o movimento foi suspenso com a assinatura de um acordo com o governo estadual. Mesmo assim, o metrô só começou a operar parcialmente por volta das 6h e apenas depois das 7h reabriu todas as estações.
O atraso gerou filas e aglomerações nas plataformas. Vídeos divulgados por passageiros nas redes sociais mostram as pessoas amontoadas à espera dos trens. As atividades e as estações foram sendo reabertas gradualmente até voltar ao pleno funcionamento.
ImpasseOs metroviários haviam decido pela greve em uma assembleia encerrada às 22h30 de ontem. Um dos principais pontos que levaram à decisão foi o corte de 10% nos salários da categoria anunciado na semana passada pela empresa.
Após o anúncio da greve, o governo estadual voltou a negociar com a categoria e aceitou um acordo proposto pelo Ministério Público do Trabalho que prorroga a maior parte do atual acordo coletivo da categoria por seis meses, mantendo pagamentos adicionais de horas extras e por trabalho noturno.
Segundo um dos diretores do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, quando o impasse foi resolvido, os trabalhadores responsáveis pelas atividades nas primeiras horas da manhã não puderam ser avisados em tempo. “Uma parte importante da turma da manhã já estava dormindo”, disse. A votação que decidiu suspender a greve começou depois da meia-noite e só acabou na madrugada.
Na avaliação de Prazeres, os transtornos poderiam ter sido evitados caso o governo tivesse aceito a proposta do Ministério Público do Trabalho antes. “Nós não queremos fazer greve”, enfatizou, ao lembrar que a categoria já havia sinalizado aprovação aos termos apresentados pela procuradoria do trabalho.
DesculpasO secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, pediu desculpas pelos transtornos. “Aqui do CCO [Centro de Controle Operacional] do Metrô, quero pedir desculpas à população pela operação do Metrô ainda não haver iniciado, pois as tratativas que realizei com o Sindicato dos Metroviários ocorreram próximo às 0h, onde busquei evitar a greve em momento de pandemia do novo coronavírus”, disse pelo Twitter.
Baldy ressaltou ainda que, durante a pandemia, o metrô tem transportado 1,5 milhão de passageiros por dia. Para ele, a decisão pela paralisação foi “um completo absurdo”.