O número de mortes na última semana epidemiológica (SE 36) caiu 8% em relação à semana anterior. Mas entre as semanas epidemiológicas 35 e 36 o número de casos apresentou um crescimento de 5%.
O dado está no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde apresentado hoje (9) pela equipe do órgão em entrevista online. Semana epidemiológica é um tipo de medida de tempo utilizada pelas autoridades de saúde.
A SE 36 compreendeu o intervalo entre 30 de agosto e 6 de setembro.
Em relação às mortes por covid-19, foram 5.714 na semana epidemiológica 36, contra 6.212 na semana anterior (35). Após uma estabilidade de cerca de dois meses, a tendência de queda da curva iniciou na semana 31 e vem se mantendo.
O decréscimo desta semana marcou a segunda diminuição mais aguda seguida. Na semana passada, a redução havia sido de 13%. “A gente tem pelo menos 2 meses de redução de registros de óbitos por covid-1 no Brasil”, pontuou o diretor do Departamento de Análises em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário.
CasosJá a curva de casos voltou a subir. Na SE 36 foram 276.847, contra 263.791 na semana anterior. Segundo o Ministério da Saúde, a variação de 5% para baixo representa uma estabilização da evolução da pandemia. Eduardo Macário argumentou que o número se deve à ampliação da testagem e dos diagnósticos de covid-19.
“Embora tenhamos visto uma redução desde a semana 30, nas últimas semanas isso vem se mantendo estável, mostrando que há um aumento de pessoas que têm sido testadas. Com a ampliação da forma de diagnóstico, isso tem refletido mais pessoas confirmadas”, disse Macário.
RegiõesO Boletim Epidemiológico mostra uma ampliação da tendência de interiorização da pandemia no país. Do total de casos confirmados, 65% foram registrados em cidades do interior, enquanto 35% foram notificados em regiões metropolitanas.
Quando consideradas as mortes, pela primeira vez aquelas ocorridas em municípios do interior ultrapassaram (53%) as identificadas nos grandes centros urbanos (47%). Neste Boletim Epidemiológico não foi disponibilizado o balanço de aumento e queda de casos e óbitos por estado, como vinha sendo feito semanalmente.
SRAGDesde o início do ano, já foram registrados 669.606 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Deste total, 351.734 (52,5%) foram diagnosticados com covid-19. Outros 82.592 (12,8%) ainda estão em investigação.
Sobre o perfil, 51,4% tinham 60 anos ou mais, 44% eram mulheres e 56% eram homens. Em relação à raça e cor, 33,4% eram pardos, 33,4% eram brancos, 4,8% eram pretos, 1,1% eram amarelos, 0,4% eram indígenas e 27% não tiveram a característica identificada.
TestesAté o momento, o Ministério da Saúde distribuiu a secretarias estaduais 6,5 milhões de reações de testes laboratoriais (RT-PCR). Os estados mais contemplados foram São Paulo (1 milhão), Rio de Janeiro (892 mil) e Paraná (826 mil).
Desde o início da pandemia, foram processados 3,3 milhões de exames. Esse número pode incluir kits adquiridos pelos próprios estados. Se acrescido o número de testes processados pela rede privada, 2,3 milhões, o total de exames está em 5,6 milhões.
Comparação internacionalDepois de semanas mantendo a 2ª colocação em número de casos, o Brasil foi ultrapassado pela Índia e caiu para terceira colocação. O país asiático bateu a marca de 4,37 milhões de casos, mas possui população acima de 1,3 bilhão de pessoas. Já na lista de mortes, o Brasil continua na 2ª colocação.
O país com mais pessoas infectadas e óbitos desde o início da pandemia é os Estados Unidos, com, respectivamente, 6,2 milhões e 188,1 mil. Quando considerada a população, o Brasil fica em 10º nos rankings de incidência (casos por 1 milhão de habitantes) e mortalidade (mortes por covid-19 por 1 milhão de habitantes).
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