Brasileira foi uma das três vítimas fatais do ataque em Nice, na França

Por Gazeta Brazilian News

Simone Barreto estava na igreja de Notre-Dame no momento do ataque.

O Itamaraty confirmou na noite de quinta-feira ,29, que Simone Barreto, de 40 anos, foi uma das três vítimas fatais de um ataque com facas na Basílica Notre-Dame de Nice, França, ocorrido de manhã.

Nascida no Lobato, na Cidade Baixa, no subúrbio de Salvador, Simone Barreto tinha nacionalidade francesa e formação de cozinheira, e atualmente trabalhava também como cuidadora de idosos. Ela morava na Europa desde 1995.

Durante o atentado, Simone aguardava a primeira missa do dia na basílica de Notre-Dame de Nice quando um homem identificado pela polícia como Brahim Aioussaoi começou a esfaquear os presentes. Ela foi ferida  várias vezes e tentou buscar ajuda, mas morreu em um restaurante quase em frente à catedral, onde tentou se abrigar.

Um dos proprietários do restaurante l’Unik, Brahim Jelloule, falou à TV France Info que ela chegou no local completamente ensanguentada.

O irmão de Jelloule e o funcionário chegaram a entrar na igreja, mas viram o homem armado com uma faca, foram ameaçados pelo terrorista e saíram correndo. Foram eles que chamaram a polícia. Segundo Jelloule, Simone morreu uma hora e meia depois de ter sido ferida.

Ivana contou que durante o dia tentou ligar para Simone, mas não conseguiu. Como era comum Simone não responder durante horário de trabalho, ela achou normal. A notícia de que a mulher havia sido uma das vítimas do atentado só chegou para a família e para os amigos no começo da noite, horas depois do crime.

Ivana não soube informar se a amiga costumava ir à igreja onde ocorreu o atentado. No entanto, desconfia de que ela tenha ido levar um dos idosos de quem cuidava.

"O Governo brasileiro informa, com grande pesar, que uma das vítimas fatais era uma brasileira de 40 anos, mãe de três filhos, residente na França. O Presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e Governo franceses", escreveu o órgão em nota.

"O Itamaraty, por meio do Consulado-Geral em Paris, presta assistência consular à família da cidadã brasileira vítima do ataque terrorista."

O ataque 

Mais cedo, o polícia francesa havia afirmado que, no ataque classificado pelo presidente francês Emmanuel Macron como "terrorista islâmico", uma vítima idosa foi "praticamente decapitada" e que um homem e uma mulher também tinham morrido. Todos esperavam a primeira missa do dia.

Segundo fontes da polícia francesa, o homem identificado como Brahim Aioussaoi é um tunisiano de 21 anos que chegou de barco à ilha italiana de Lampedusa em setembro. Ele foi colocado em quarentena por causa da pandemia de coronavírus antes de ser liberado e aconselhado a deixar a Itália.

Aioussaoi chegou à França no início deste mês . No ataque em Nice, ele matou também Vicent Loques, 45, que era responsável pela manutenção da basílica e tinha dois filhos, e uma mulher de 60 anos, que foi praticamente degolada.

Ele foi alvejado pela polícia e está em estado grave.

O Conselho Francês da Fé Muçulmana condenou o ataque e expressou sua solidariedade com as vítimas e suas famílias.

Outros dois ataques ocorreram no mesmo dia (29/10), um em Montfavet (França) e outro em Jeddah (Arábia Saudita), onde um guarda do consulado francês foi ferido.

A morte da Simone abalou toda a comunidade brasileira na França. "Estamos muito tristes e em choque. Ela era uma pessoa muito querida por todos, feliz e batalhadora. Muito batalhadora", resume o professor de dança Marcos Souza*, sobre a amiga brasileira. Com informações da BBC e G1.