Primeiro satélite 100% brasileiro é lançado ao espaço

Por Livia Mendes

Amazônia-1 foi lançado na Índia na madrugada de sábado para domingo (27 para 28 de fevereiro) e irá fornecer dados sobre desmatamento.

Amazônia-1, o primeiro satélite projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, foi lançado às 1h54 de domingo (28) a bordo do foguete indiano PSLV-C51, em Sriharikota, na Índia.


A missão de lançamento foi um sucesso e o satélite ficará em órbita em uma altitude média de mais de 750 km acima da superfície da terra. O equipamento irá orbitar, em sincronia com o sol, em uma velocidade de 27 mil km/h e levará cerca de 100 minutos para dar uma volta completa pelo planeta.


O satélite foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE e levou cerca de 13 anos para ficar pronto. O Amazônia-1 precisava de um foguete para ser lançado, daí a parceria com Centro Espacial Satish Dhawan (SHAR), na Índia.


O Amazônia-1 irá gerar imagens do planeta Terra a cada cinco dias e as informações coletadas pelo satélite terão diversas utilidades, dentre elas, o monitoramento da região amazônica, da diversificada agricultura em todo o território nacional, da região costeira, de reservatórios de água, florestas naturais e cultivadas e desastres ambientais.


O satélite irá contar com a ajuda de outros dois equipamentos, também produzidos pelo Brasil, em parceria com a China, o CBERS-4 e o CBERS-4A.


Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) explicou que essa união entre o satélite e os equipamentos aumenta a probabilidade de enxergar a superfície terrestre mesmo com a ocorrência de nuvens.


“Se um dos CBERS fizer o registro de um ponto onde há muita nebulosidade em um determinado dia, o Amazonia-1 pode passar por esse mesmo local depois, mas em um dia mais ensolarado, e obter imagens melhores. Com informações dos três equipamentos teremos mais chances de ter um imageamento completo”, esclareceu.


Com o sucesso do projeto e do lançamento, a expectativa é que a experiência sirva como um modelo e concretize a construção de satélites mais complexos. Segundo o INPE, o êxito com o Amazônia-1 ajudará o desenvolvimento da indústria nacional como no caso dos mecanismos de aberturas de painéis solares, por exemplo.


Fontes: CNN Brasil