Ministros das Relações Exteriores e da Defesa deixam governo Bolsonaro

Por Arlaine Castro

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo e logo depois, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, informou em nota oficial que também deixará o cargo.

Dois ministros do governo Bolsonaro anunciaram demissão nesta segunda-feira, 29. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo e logo depois, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, informou em nota oficial que também deixará o cargo.

"Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa", escreveu ele, agradecendo aos chefes das Forças Armadas. "Saio na certeza da missão cumprida".

O pedido de Ernesto Araújo ocorre após pressão de parlamentares, inclusive dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

A situação política de Ernesto vinha se deteriorando nos últimos dias. No Congresso, a avaliação é a de que a atuação do ministro isolou o Brasil no cenário internacional e prejudicou a obtenção de doses de vacina contra a Covid-19.
A última semana mostrou que a paciência do meio político com Ernesto havia chegado ao limite.

Na quarta-feira (24), ele foi cobrado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por uma atuação mais efetiva na busca pelas vacinas. A cobrança foi feita em meio a uma reunião no Palácio da Alvorada, da qual participaram também o presidente Jair Bolsonaro, outros chefes de poderes e ministros.

No mesmo dia, em uma sessão do Senado, Ernesto ouviu de senadores pedidos para deixar o cargo.

Na quinta (25), o próprio líder do governo do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que "Ernesto Araújo não tem ambiente" para negociar ajuda internacional ao Brasil para acelerar a chegada de vacinas. Com informações da Agência Brasil e G1.