Caso Henry Borel: polícia suspeita de torturas e prende mãe e padrasto

Por Arlaine Castro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira, 8, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e a professora Monique Medeiros em investigação pela morte do menino Henry Borel, ocorrida no dia 8 de março

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira, 8, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e a professora Monique Medeiros em investigação pela morte do menino Henry Borel, ocorrida no dia 8 de março. Segundo investigadores, o pedido de prisão aconteceu pelo casal atrapalhar investigações e ameaçar testemunhas.

Embora o inquérito ainda não tenha sido concluído, a polícia acredita que Henry foi assassinado. Falta esclarecer como o crime foi cometido.

Padrasto e mãe da vítima, o casal foi preso na casa de uma tia do político em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Os mandados com os pedidos de prisão temporária por 30 dias pelo assassinato foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri. A polícia investiga o crime de homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e sem chances de defesa à vítima.

A polícia ouviu pelo menos 18 testemunhas e reuniu provas técnicas que descartam a hipótese de acidente — levantada pela mãe da criança em seu termo de declaração na delegacia.

Os policiais descobriram ainda que, após o início das investigações, o casal apagou conversas de seus telefones celulares. Suspeitam, inclusive, que eles tenham trocado de aparelho.

A perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) usou um software israelense, o Cellebrite Premium, comprado pela Polícia Civil no último dia 31 de março, para recuperar o conteúdo.

Torturas e agressões

Para a polícia, o menino morreu em decorrência de agressões. Segundo os investigadores, Dr. Jairinho já tinha histórico de violência contra o menino. Segundo a investigação, o parlamentar se trancou no quarto para agredir a criança com chutes e pancadas na cabeça um mês antes do crime —a mãe soube das agressões, ainda de acordo com a polícia.

O casal também é suspeito de combinar versões e de ameaçar testemunhas para atrapalhar as investigações. A Polícia Civil ouviu ao menos 18 pessoas na investigação.

Após serem ouvidos na 16ª DP (Barra da Tijuca), Dr. Jairinho e Monique Medeiros seguirão para a Polinter, na Cidade da Polícia, zona norte do Rio, onde passarão por uma triagem, depois serão levados para o Instituto Médico Legal para realizarem corpo de delito. Depois disso, Dr. Jairinho será levado para um presídio masculino e Monique, para um feminino.

Procurada, a defesa do engenheiro Leniel Borel, pai de Henry, se posicionou sobre a prisão. "O Leniel não tem condições de falar, está chorando bastante. Daqui a pouco, a gente vai se pronunciar", disse o advogado Leonardo Barreto. Com informações do UOL.