Governadores e acadêmicos fazem apelo a Biden por doses de vacina ao Brasil

Por Arlaine Castro

Biden quer mudança nos impostos.

Governadores brasileiros e centenas de acadêmicos fizeram apelo ao presidente Joe Biden por doses de vacina contra a covid-19 ao Brasil. Os apelos vêm diante do momento atual e de uma possível terceira onda com números expressivos de óbitos a partir de novas e mais letais variantes do Coronavírus.

O Brasil já registrou mais de 450 mil mortos pela doença e tem somente 39,7 milhões de pessoas que receberam pelo menos a primeira dose da vacina, o que representa 18,9% da população. Já nos EUA, metade da população adulta já está completamente vacinada, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Mais de 400 acadêmicos, entre brasileiros radicados nos Estados Unidos e americanos estudiosos do Brasil, enviaram na segunda-feira, 24, uma carta aberta ao presidente Joe Biden na qual pedem que o mandatário contemple o Brasil com doação de vacinas Contra a covid-19.

"Assinei essa carta a Biden por dois motivos: um é minha longa e profunda ligação com o Brasil e os brasileiros, o que torna doloroso presenciar tantas mortes e sofrimentos desnecessários. A outra é a convicção de que ninguém está a salvo da Covid até que todos estejam a salvo da Covid. O rápido aparecimento de variantes e a impossibilidade de selar fronteiras significam que apenas uma estratégia global de saúde pública pode funcionar para acabar com a pandemia", afirmou à BBC News Brasil a historiadora americana Barbara Weinstein, da Universidade de Nova York.

Na terça-feira, 25, o Fórum de Governadores do Brasil pediu "ajuda humanitária" ao presidente Joe Biden, e solicitou 10 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. O ofício foi assinado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador da temática Estratégia para a vacina contra a Covid-19 do Fórum de Governadores do Brasil.

Os pedidos estão sendo reforçados depois que Biden anunciou que distribuirá internacionalmente 80 milhões de doses de imunizantes até o fim do mês de junho, para outros países. O governo informou que comprou doses de vacinas contra a Covid suficientes para vacinar três vezes a população americana.

Até o momento, segundo dados do Ministério da Saúde, 39,7 milhões de pessoas receberam pelo menos a primeira dose no Brasil, o que representa 18,9% da população, enquanto apenas 18,8 milhões, ou 9% da população, já receberam também a segunda dose.

Já a Casa Branca informou na terça-feira (25) que mais da metade de todos os adultos dos Estados Unidos estão completamente vacinados contra a Covid-19. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os casos da doença no país estão em queda.

Terceira onda

A projeção se baseia na falta de política nacional de de distanciamento social e uso de máscaras e no quadro de escassez de vacinas no Brasil: atualmente, menos de 20% da população brasileira tomou ao menos uma dose de imunizante contra Covid e a fabricação das duas vacinas mais usadas no país - CoronaVac e Astrazeneca-Oxford - teve que ser interrompida na semana passada por falta de insumos.

"Essa trágica situação faz com que o Brasil figure, junto com a Índia, na classificação de alto risco, caracterizando-o como potencial deflagrador de uma grave crise social e econômica sem precedentes, com consequências negativas para além das suas fronteiras. Ademais, é necessário considerar que, lamentavelmente, 80% da população brasileira ainda não foi vacinada, o que potencializa sobremaneira os riscos de disseminação da doença", disse o governador no ofício.

O México recebeu dos Estados Unidos, na última quinta-feira (20), quase 1,2 milhão de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. Os outros países que também serão beneficiados com o envio ainda não estão definidos.