Busca pelo serial killer Lázaro entra no 12° dia em Goiás

Por Arlaine Castro

A caçada a Lázaro começou depois de ele matar quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia Norte, no Distrito Federal, no dia 9 de junho.

Neste domingo, 20, completam 12 dias que forças policiais buscam pelo serial killer Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos. A polícia reforçou bloqueios nas estradas que ligam o distrito de Cocalzinho de Goiás a outros municípios e três cães farejadores foram colocados para ajudar nas buscas.

Uma cadela que atuou nas buscar por vítimas na tragédia de Brumadinho (MG) e outros três cães farejadores chegaram no sábado, 19, ao distrito de Girassol para ajudar nas buscas por Lázaro Barbosa, suspeito de uma chacina em Ceilândia. Segundo os bombeiros, eles são treinados para achar o cheiro de pessoas vivas ou mortas pelo ar.

Até a noite de sábado, um efetivo de 270 policiais procuravam o criminoso e agora trabalham com a hipótese de que ele possa coagir alguém a levá-lo no porta-malas do carro. O ritmo das buscas deve ser de cerca de 10 carros parados por minuto.

Em entrevista ao Correio Braziliense, um dos agentes envolvidos na operação afirmou que já é possível perceber a movimentação de motoristas deixando a área rural dos municípios de Girassol e de Edilândia por medo do criminoso. Além disso, os moradores de zonas mais isoladas têm procurado espaços com melhor conexão e sinal de celular no perímetro urbano.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás afirma que as equipes “estão cada dia mais conhecedoras das peculiaridades da área de atuação e do perfil de ação de Lázaro”. A operação montada para capturar o serial killer será mantida de forma intensiva, com ajuda das polícias militar e civil de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE-DF).

Segundo o Correio Braziliense, lideranças de religiões de matriz africana denunciaram que pelo menos 10 terreiros foram alvo de ações policiais violentas em Águas Lindas, Girassol e Edilândia desde que a perseguição pelo criminoso teve início. A vice-presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Patrícia Zapponi, afirmou ao jornal que já pediu apoio das forças de segurança do Distrito Federal e de Goiás.

Na última quinta-feira, houve uma nova troca de tiros envolvendo Lázaro e a polícia, e um novo cerco ao criminoso foi montado nesta sexta. O confronto foi o segundo envolvendo Lázaro num intervalo de dois dias.

Havia suspeitas de que o serial killer tenha ficado ferido, já que um dos cães farejadores que participam da força-tarefa achou um pano com marcas de sangue. No mesmo dia, foi anunciado que 20 agentes da Força Nacional foram acionados para reforçar as buscas, mas eles não devem mais ir ao local.

Houve oferecimento. No primeiro momento, coloquei que não haveria necessidade porque outros estados podem precisar, como Amazonas. Ele disse que tem tropa de 20 policiais de pronto emprego, mas essa tropa não veio. Creio que foi mobilizada para outro lugar — explicou o secretário.

Na última terça-feira, houve um confronto após o criminoso fazer um casal e sua filha adolescentes reféns à beira de um Rio. A jovem conseguiu mandar uma mensagem para um policial pedindo socorro. Os agentes foram para o local e conseguiram salvar a família. Na troca de tiros, um PM foi baleado de raspão . Ele já teve alta.

A caçada a Lázaro começou depois de ele matar quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia Norte, no Distrito Federal, no dia 9 de junho. Ele invadiu a chácara de Cláudio Vidal, de 48 anos, e assassinou ele e seus filhos, Carlos Eduardo, de 21, e Gustavo, de 15. Na fuga, o criminoso sequestrou Cleonice Vidal, de 43 anos, mulher de Cláudio. Ela foi encontrada morta no dia 12.

Desde então, a procura por Lázaro ganhou o noticiário nacional. O criminoso virou até meme nas redes sociais. A todo momento, a polícia recebe ligações de pessoas que afirmam terem visto Lázaro. Muitas pessoas que moram na região rural de Cocalzinho deixaram suas casas — algumas são invadidas pelo suspeito, que aproveita para se alimentar.

Os crimes de Lázaro

-Na sexta-feira (11), ele roubou um veículo e fugiu para Cocalzinho de Goiás. Depois colocou fogo no carro;
-No sábado (12), invadiu uma fazenda, atirou em três pessoas e colocou fogo em uma casa. Nesta ocasião, fez um caseiro refém, usou e obrigou a vítima a usar drogas;
-No domingo (13), o suspeitou furtou um carro para fugir da polícia, foi visto na BR-070 e acabou abandonando o veículo. A corporação acredita que ele tentava retornar ao DF;
-Na segunda-feira (14), ele foi filmado por câmeras de monitoramento e teria dormido em um galpão de uma chácara. Pediu comida aos moradores, mas fugiu;

-Na terça-feira (15), uma moradora de uma fazenda filmou os policiais durante buscas em sua propriedade.

Segundo as imagens, Lázaro passou por lá durante a fuga. Mais tarde, ele sequestrou uma família em outra chácara (foram liberados sem ferimentos) e atirou em dois policiais, que foram atingidos de raspão, eles foram levados para hospitais e receberam alta;

-Na quarta-feira (16), Lázaro Barbosa foi visto por um morador em uma área rural;

Na quinta-feira (17), a polícia retomou as buscas em matas da região e mudou a base de operação pela segunda vez. Força Nacional vai ajudar nas buscas. Houve um novo tiroteio e ele pode estar ferido.

-Na sexta-feira (18), segundo PRF, ele foi visto em um chiqueiro por volta de 15h, mas fugiu novamente para vegetação entre o distrito de Girassol, em Cocalzinho, e Águas Lindas de Goiás, a menos de 10 km de distância. Com informações de O Globo e G1.