Mazzaropi, 110 anos: filmes celebram o riso e a "vitória" do caipira

Por Agência Brasil

Sala escura. De repente, a telona ilumina-se. O projetor joga a luz em preto e branco e sonhos. Nas poltronas, o público aguardava ansioso. Mais ansioso ainda, de forma anônima e escondido entre as fileiras da sala, uma pessoa esperava e anotava as reações. Uma por uma. Só relaxava mesmo quando ouvia o som preferido… o sorriso. Mais do que isso: gargalhadas, e que faziam o público pensar. */ /*-->*/

“A proposta dele era fazer as pessoas rirem. Era pra isso que ele fazia cinema. Ele ia nos próprios filmes dele sem que ninguém soubesse para saber quais elementos despertavam o riso na plateia. Aí ele repetia em outros filmes”, afirma a historiadora Soleni Fressato, que é professora da Universidade Federal da Bahia. Ela escreveu o livro “Caipira sim, trouxa não”, sobre a obra de Mazzaropi, a partir da sua TV Brasil, da EBC, mantém em sua grade semanal os filmes do cineasta, no Cine Mazzaropi, atualmente com exibições às quartas e sábados (

Nos anos 1950, quando Mazzaropi começou a produzir cinema, há um maior investimento nessa arte, com equipamentos mais sofisticados, contratação de atores, uma experiência de indústria. A televisão chegava ao Brasil também, e a rádio continuava sendo o meio mais popular. “Ele chamava cantores que faziam sucesso no rádio para cantar nos filmes dele. Assim as pessoas conheciam visualmente aqueles artistas”, explica a historiadora.