Morre Erasmo Carlos, símbolo da Jovem Guarda

Por Arlaine Castro

Um dos pioneiros do rock e símbolo da Jovem Guarda, o artista estava internado no Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade.

O cantor e compositor Erasmo Carlos, de 81 anos, morreu nesta terça-feira (22) no Rio de Janeiro. Um dos pioneiros do rock e símbolo da Jovem Guarda, o artista estava internado no Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade.

O Tremendão, como era chamado, deixa a esposa e três filhos.

No último dia 2, o artista comemorou a alta após duas semanas de internação para tratar uma síndrome edemigênica. Mas Erasmo voltou a ser hospitalizado — a TV Globo apurou que ele chegou a ser intubado na última segunda-feira (21).

A doença ocorre quando há um desequilíbrio das forças bioquímicas que mantêm os líquidos dentro dos vasos sanguíneos e geralmente é causada por patologia cardíacas, renais e dos próprios vasos.

"Você é lar, você acolhe, você enxerga, você crê. Perdi a capacidade de me lembrar de como era a vida sem você, talvez ela nem tenha existido... e talvez tenha sido tão simples esquecer porque a gente se acostuma facilmente com a paz. Não foi de primeira, você brigou muito para mostrar, mas por fim encontrei a paz em você", postou a mulher de Erasmo, Fernanda Passos.

Mais de 600 músicas

Autor de mais de 600 músicas e de clássicos como “Sentado à Beira do Caminho”, “Minha Fama de Mau”, “Mulher”, “Quero que tudo vá para o inferno”, “Mesmo que seja eu” e “É proibido fumar”, o artista deixa uma legião de fãs e amigos que fez pela estrada.

Foi na Tijuca onde nasceu Erasmo Esteves, em 5 de junho de 1941. Grandes nomes da MPB participaram da infância do cantor, no bairro da Zona Norte do Rio, como Tim Maia e Jorge Ben Jor.

Na adolescência, gostava de se reunir com a turma no Bar do Divino, na Rua do Matoso. Foi nessa época em que ele conheceu Roberto Carlos, durante um concerto de Bill Haley no Maracanãzinho – o que teria aberto os olhos do carioca para começar seu próprio grupo.

Assim, antes da carreira solo, o artista passou por outros grupos musicais, como os Snakes, ao lado de outros tijucanos, mas que durou só até 1961. Sem acreditar que conseguiria seguir sozinho na música, ele decidiu, então, trabalhar como assistente do apresentador e produtor Carlos Imperial, que o ajudou a dar o próximo passo, rumo a outro grupo musical.
Ao longo dos anos, grandes nomes se juntaram ao artista, como Chico Buarque, Lulu Santos, Zeca Pagodinho, Skank, Los Hermanos, Djavan, Adriana Calcanhotto, Marisa Monte, Frejat, Marisa e Milton Nascimento.

Em seu último aniversário, o Tremendão usou as redes sociais para fazer um post autobiográfico.

“Sou o resultado das minhas realizações…gols e bolas na trave fazem parte do jogo já que a vida é curta e minha vontade é eterna…sou o que pude e o que tentei ser plenitude…quis ser muitos e sobrou um quando dispensei meia-dúzia dos que não me souberam ser…contagiado pelo bem tornei-me um guerreiro da paz…o meu canto será ouvido assim como o som dos ventos, enquanto o sol brilhar e as lembranças resistirem…dei passos vendados em caminhos movediços para ser merecedor de um lugar no pódio do amor !!! FELIZ ANIVERSÁRIO PARA MIM !!!”, postou. Fonte: G1.