A antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Pereira, afirmou hoje (27) que assumir o cargo de diretora de Proteção Territorial e de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, no Ministério dos Povos Indígenas, significa "dar continuidade ao trabalho de Bruno". Ela foi uma das participantes de evento organizado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), em Atalaia do Norte (AM), ao qual compareceram representantes do primeiro e segundo escalões do governo federal e estadual, além de lideranças indígenas de diversos povos.
"E ao de companheiros do Bruno", completou. "A gente vai cumprir, juntos, essa política. Quero dizer que estou aberta e estou muito honrada com esse cargo. Estou lá e estou levando o Javari comigo. Esse ministério, esse departamento vai ter sempre os ouvidos sempre aberto para vocês. Esse lugar é muito importante para mim, para minha família e o Brasil todo", disse, na sequência, dirigindo-se aos indígenas que compareceram.
Beatriz já foi presidente do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato. A antropóloga comentou no evento que seus filhos também sofreram ameaças, após o homicídio de seu companheiro, descrito, em carta lida no evento, como um "indigenista dedicado, que se decepcionou com o órgão que devia protegê-lo".