100 anos de Clara Charf: defesa da democracia marca trajetória de luta
Força, sorriso aberto, obstinação e uma estrada feita de paixões. Apaixonada pela liberdade, pela família, por um grande amor e pelo país. Quem testemunhou a trajetória da ativista brasileira Clara Charf, que completa, nesta quinta-feira (17), 100 anos de idade, a define como uma mulher à frente do seu tempo.
Quem a acompanhou em algum momento enumera que Clara é uma mulher que precisou se reinventar e superar os dias duros, de prisão, assassinato do companheiro Carlos Marighella (foto), exílio e recomeços.
Atualmente, Clara tem apenas lapsos de memória, como explica a irmã caçula, Sara Grinspum, de 94 anos. Elas vivem juntas em São Paulo. Sarita, como é chamada em casa, afirma que Clara foi uma companheira sempre presente, ainda mais depois que a mãe delas, Ester, morreu precocemente com apenas 42 anos de idade, vítima de tuberculose.
A minha irmã sempre prezou muito pela liberdade e pela vontade de ajudar as pessoas, disse Sarita, em entrevista à Agência Brasil. Clara, referência e ídola da irmã, não foi mãe. "Na vida dela, não tinha como", explica.