Raio mata brasileiro no Peru e amigo da Flórida quebra o pescoço segundos depois em queda

Yuri Botelho, 36, morreu instantaneamente durante trilha em Cusco; o amigo James Fernandez segue sedado após múltiplas fraturas, enquanto famílias tentam lidar com repatriação e altos custos médicos.

Por Lara Barth

Raio mata brasileiro no Peru e amigo da Flórida quebra o pescoço segundos depois em queda

Um passeio de bicicleta em alta altitude terminou em tragédia em Cusco, no Peru, na quarta-feira (26). O brasileiro Yuri Pereira Botelho, de 36 anos, morreu após ser atingido por um raio no topo de uma trilha a mais de 4.200 metros de altitude. Instantes depois, seu amigo James Fernandez, 41, professor da Flórida, também atingido pela descarga elétrica, perdeu os sentidos e sofreu uma queda que resultou em múltiplas fraturas no pescoço e lesões graves na medula espinhal, segundo o Tampa Bay Times.

O grupo fazia o percurso acompanhado de um guia peruano. A tempestade atingiu o trio logo após chegarem ao cume. Yuri morreu na hora. Fernandez, nocauteado, caiu violentamente e foi encontrado desacordado à beira da estrada, com queimadura no pé, provável ponto de saída da corrente elétrica. Ele segue sedado e intubado enquanto médicos tentam estabilizá-lo para uma possível transferência a Miami.

A morte de Yuri, que morava há sete anos nos Estados Unidos e tinha cidadania americana, mobilizou familiares no Brasil e em Minnesota, onde ele vivia com a esposa e o filho de pouco mais de um ano. O pai, Chiquinho Botelho, ex-vereador no Espírito Santo, divulgou a última foto do filho com o neto e agradeceu o apoio recebido. O cunhado, Brett Skoog, afirmou à CBS News que a família percebeu a gravidade da situação quando o relógio eletrônico de Yuri indicou que ele havia parado de se mover no momento da tempestade.

Fernandez viajava pelo Peru com a esposa, o filho de cinco meses e a família de Yuri. Ciclista experiente, ele considerava o trajeto seguro. Amigos afirmam que o acidente foi totalmente imprevisível. Uma campanha no GoFundMe já ultrapassou US$ 125 mil para arcar com os custos médicos e o transporte aéreo do professor aos EUA, que pode chegar a US$ 300 mil.

A família de Yuri decidiu pela cremação no Peru, e as cinzas serão levadas para Minnesota. Enquanto isso, a comunidade escolar da Flórida acompanha com apreensão o estado de saúde de Fernandez, descrito por alunos como um professor gentil e inspirador.

Fonte: O Globo