O processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) será longo, disse hoje (21) o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a abertura do evento Semana Brasil-OCDE. Segundo Guedes, o Brasil está atrasado no ingresso ao grupo, que reúne as economias mais industrializadas do planeta e recomenda políticas públicas para os países-membros.
“O processo de acessão à OCDE é longo e pode ter algum tempo pela frente. O Brasil está atrasado, nos interessa receber influência favorável da OCDE. E é importante para a OCDE que o Brasil entre, é a maior potência verde do planeta”, declarou o ministro no evento de abertura do encontro, que vai até sexta-feira (24) e reúne representantes da OCDE e de diversos países latino-americanos.
Segundo o ministro, a entrada do Brasil na OCDE é prioridade do governo, que, nas palavras dele, busca promover uma agenda de integração global. “Desde o início do nosso governo, fizemos movimentos decisivos em direção à OCDE. Não é só a complementação de instrumentos. É um processo longo, que pode ter algum tempo pela frente. Mas o governo colocou como prioridade a integração global”, disse.
No discurso, Guedes classificou o Brasil como uma “grande democracia liberal” e disse que o país tem contribuições importantes em termos de sustentabilidade ambiental. “Somos parte decisiva da preservação ambiental. O mundo nos tem tratado como se fôssemos um problema. A OCDE olha para o Brasil como parte da solução da sustentabilidade. Temos a matriz energética mais limpa do mundo”, destacou, sem detalhar dados.
No início de junho, a OCDE aprovou os “roteiros de acessão” do Brasil e de mais quatro países – Peru, Croácia, Bulgária e Romênia – ao grupo. Cada país terá o plano de adesão avaliado por comitês da OCDE ao longo dos próximos anos.
Apoio de emergentes
O ministro da Economia também destacou que os países emergentes pretendem usar o espaço que têm no G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta) para fornecer apoio à OCDE. Segundo ele, Brasil, Índia e Indonésia aproveitarão o revezamento no comando do G20 nos próximos anos para traçar um “programa comum de apoio ao secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann”.
De acordo com Guedes, o Brasil pode ajudar a Europa a produzir energia limpa e ser um ator importante no fornecimento global de alimentos. "O Brasil é parte da segurança energética da Europa. Vamos produzir energia limpa e renovável. O país é uma fronteira de investimentos, não só em atividades convencionais, mas fundamentalmente um ator decisivo na segurança energética e alimentar global”, declarou.