Coluna - Dream Team a caminho de Tóquio

Por Agência Brasil

03.02.21 - Primeiro treino da seleção de Futebol de 5 no CT Paralímpico Brasileiro depois da quarentena. Foto: Ale Cabral/CPB.

Após oito meses liberado somente para atletas de natação, atletismo e tênis de mesa, o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, reabriu para outros esportistas em fevereiro. Com restrições, é verdade, ainda por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19). O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) limitou o acesso, neste momento, às modalidades já garantidas na Paralimpíada de Tóquio (Japão). Caso da seleção de futebol de 5, que ostenta o retrospecto mais impressionante entre as representantes do Brasil na história dos Jogos.

Fora o ala Gledson, campeão paralímpico em 2012, mas cortado pouco antes da Rio 2016 devido a uma lesão, os outros convocados são caras novas que vêm sendo observadas na seleção principal desde 2017, quando teve início o ciclo paralímpico de Tóquio. O goleiro Matheus Costa, os alas Jardiel e Maicon Júnior, por exemplo, fizeram parte do time que venceu a Copa América de 2019 e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima (Peru).

“Todos os 15 têm chance de estar entre os dez convocados da lista final. Tudo dependerá das fases, se eles treinaram bem em casa e deram retorno. Hoje, ainda não dá para cravar. Em 2016, estávamos com a seleção pronta e, faltando 15 dias para estrearmos, perdemos o [ala] Bill e o Gledson por lesão, aí vieram Marquinhos e Maurício [Dumbo, ala nascido em Angola e que vive no Brasil há 20 anos]. Para Tóquio, teremos uma base experiente e alguns jovens mesclando”, afirma Fábio.

Além das conquistas do Parapan e da última Copa América, o ciclo paralímpico brasileiro foi marcado, também, pelo pentacampeonato mundial em Madri, na Espanha, em 2018. Nos três títulos, o adversário na final foi o mesmo, a Argentina. Os hermanos, por sua vez, levaram a melhor na decisão sul-americana de 2017, na disputa de pênaltis, quebrando uma série de 24 títulos seguidos do Brasil nas quadras. Não à toa, os argentinos são apontados como potenciais rivais em Tóquio. Mas não só eles.

“A China praticamente não parou de treinar na pandemia. Vai chegar forte. Fizeram uma bolha de isolamento no CT deles”, destaca o técnico, em referência à seleção asiática superada pelo Brasil, por 2 a 1, na dura semifinal paralímpica de 2016.

“A pandemia afetou todo o mundo, mas nós, que trabalhamos com alto rendimento, temos de pensar no presente e para frente, deixar o grupo preparado para chegar nos Jogos e brigar pelo ouro. Se vai acontecer, ninguém sabe, mas temos de fazer o melhor”, finaliza o treinador.