O presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, disse nesta segunda-feira (23) que os Jogos Paralímpicos inspiram crianças e jovens com deficiência a se interessarem pelo esporte e acreditarem ser possível se tornar um atleta de alto rendimento ao verem, na televisão, atletas paralímpicos competindo e ganhando medalhas pelo Brasil. A Paralimpíada de Tóquio começa amanhã (24), com o Brasil sendo representado por 259 atletas em 20 das 22 modalidades.
“Eu lembro quando Clodoaldo [Silva, nadador medalhista paralímpico brasileiro] surgiu em 2004, muito forte, seis medalhas de ouro e uma de prata, e a gente teve uma repercussão no Brasil muito grande. Primeira Paralimpíada transmitida ao vivo e uma geração de pessoas com deficiência se interessando pelo esporte.” O presidente do comitê disse que nem todas vão ser atletas paralímpicos e disputar medalhas, mas se elas começarem a praticar atividade física para a saúde, como lazer e para conhecer outras pessoas com hábitos saudáveis, será muito importante.
Parsons, que é brasileiro, disse que é fundamental que a mídia fale e faça a cobertura da Paralimpíada, falando de atletas paralímpicos e sobre “outros atletas que também fazem outro tipo de maluquice na área do esporte”. “[Isso] mostra que as barreiras estão na cabeça das pessoas, mostra que, se der as oportunidades e condições, é possível que uma pessoa com deficiência pratique, sei lá, montanhismo, pode voar de balão, pode mergulhar no mar, pode fazer o que quiser. As condições têm que estar ali e é isso que temos que garantir”, disse.
Andrew Parsons foi entrevistado no programa Sem Censura da
TV Brasile falou também, entre outras coisas, sobre reclassificação funcional no esporte paralímpico, restrições que serão tomadas em função da covid-19 para a Tóquio 2020 e sobre falta de estrutura, de forma geral, para pessoas com deficiência.
O presidente do comitê disse que realizar a paralimpíada é um sonho que ele vai realizar, mas com cuidados diferentes devido à pandemia. “Fundamentalmente estamos focados em como realizar para que esses Jogos sejam seguros, que o coronavírus não seja o grande protagonista dessa edição dos Jogos, mas tenha um legado muito grande. Ainda que a gente não tenha uma presença de público definida, com a audiência ao redor do mundo é que a gente pode mudar a percepção acerca das pessoas com deficiências”, disse.
Para Parsons, seu maior objetivo é que “com a Paralimpíada eu possa mudar a vida de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo.”
Veja aqui a entrevista completa: