"A estrada te dá o que precisa": brasileiro percorre mais de 13 mil km de bicicleta do Brasil aos EUA

Em entrevista exclusiva, Guilherme Valadão conta os desafios e curiosidades de pedalar por 12 países

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De São Luís do Maranhão até a Lousiana, Guilherme Valadão já passou por diversos países e fronteiras.

De São Luis, no Maranhão, o engenheiro de produção Guilherme Valadão, 30 anos, resolveu há um ano e meio que era hora de cair na estrada de bicicleta. Em uma aventura do Brasil até os Estados Unidos, ele já percorreu 13 mil quilômetros e passou por 12 países.

Em entrevista exclusiva ao Gazeta News durante uma parada para descansar em uma estrada quase deserta na Louisiana, Guilherme contou por que decidiu realizar a aventura.

GN- Por que decidiu fazer essa viagem?

"Primeiro porque eu não estava feliz com a mesma rotina de acordar e ir trabalhar sempre fazendo as mesmas coisas, no mesmo lugar. Percebi que não estava acrescentando em nada de diferente pra mim. Como já morei fora, sei como é sair da zona de conforto e é isso que eu gosto. Queria buscar algo diferente, mas não sabia o que exatamente. Como você vai buscar algo que nem você sabe o que é? Foi quando li "Homem livre", do Danilo Perroti, sobre uma viagem dele de bicicleta por três anos e três meses, passando por 57 países. Eu não tinha nem bicicleta, mas gostei da forma como ele contou, da liberdade, das experiências que ele teve e pessoas que conheceu.

Desde então, comecei a me preparar e em abril de 2019 iniciei a viagem.

GN- O que mais te motiva?

"O inesperado e a simplicidade da vida na estrada. Ontem mesmo, por exemplo. Eu estava esgotado porque tive que empurrar a bicicleta um bom caminho quando vi uma casa no meio do nada e parei para pedir água. Quando percebi, estava sentado na cozinha almoçando com eles uma costela deliciosa. Logo depois, já de noite e novamente cansado na estrada, dois caras me gritam. Parei, tomei uma cerveja com eles, descansei. Não ligam se você está todo suado, fedendo, Querem saber quem você é e um pouco da sua história. E é isso. É essa simplicidade que você vê que pode viver sem ter coisas materiais. Isso na vida "normal" é o contrário. O seu "status" e patrimônio valem mais do que o que você é. Me motiva é montar na bicicleta e não saber o que vai acontecer. Você sai sem expectativas e recebe tudo."

GN- Qual seu objetivo final?

"Já tinha feito mochilão por alguns países da América do Sul, mas queria conhecer países da América Central e do Norte. Saí sem roteiro definido, sem saber quando e como chegaria. Poderiam ser meses como podem ser por anos. Mudei a rota em direção a costa leste dos EUA. Tô indo em direção a Nova York, Toronto, porque tenho amigos lá. Depois, quero seguir viagem para a Europa, Ásia ou África, por exemplo."

Leia a entrevista completa no gazetanews.com.