Trump x Biden: veja os pontos principais do debate

Por Gazeta Brazilian News

Donald Trump e Jose Biden no primeiro debate.

O primeiro debate da corrida presidencial à Casa Branca entre o republicano Donald Trump e o candidato democrata Joe Biden, ocorrido na noite dessa terça-feira, 29, em Cleveland, Ohio, foi repleto de interrupções e troca de farpas entre os candidatos.

Foram noventa minutos repletos de interrupções, a maioria de Trump durante as falas de Biden, que chegou a mandar o presidente calar a boca, chamá-lo de palhaço e mentiroso. O republicano interrompeu não só o oponente, mas também o moderador Chris Wallace, que teve dificuldade de concluir as perguntas diversas vezes.

O presidente foi o primeiro a ser questionado, tendo que responder por que indicou Amy Coney Barrett para a Suprema Corte a pouco mais de um mês para a eleição presidencial.

"Não fui eleito para três anos, fui eleito para quatro", justificou Trump, embora em 2016 seu próprio partido tenha barrado uma indicação de um juiz feita em março por Barack Obama — sob a alegação de que ela não poderia ser feita em ano de eleição presidencial.

Ao fim do debate, os dois discutiram a segurança da votação e dos resultados das eleições. Trump sugeriu que pode haver fraude, especialmente nos votos pelos correios --uma teoria que ele apresenta há meses, sem comprovação.

Biden o acusou de "assustar" os eleitores para tentar convencê-los a desistir de votar e pediu que todos votem. Ele garantiu que é impossível que exista uma manipulação dos resultados e disse que irá aceitar o resultado oficial, aguardando a contagem total.

Trump então voltou a falar da Suprema Corte: afirmou que acredita ser possível que o tribunal tenha que intervir.
As interrupções constantes do presidente Trump durante as falas de Biden travaram o debate e derrubaram a audiência ao longo dos noventa minutos do evento.
Ao falar sobre os protestos ao redor do país e violência, Trump voltou a associar Biden à esquerda radical, dizendo que o democrata não afirmaria ser a favor da lei e da ordem, porque isso o faria perder os votos dessa ala de eleitores.

Em uma última tentativa de ligar Biden à esquerda radical, Trump disse que o plano ambiental do democrata era o "Green New Deal", apoiado por políticos como Bernie Sanders, mas Biden respondeu: “Não apoio o Green New Deal. Apoio o plano Biden que apresentei”.
Ao falar sobre economia, o presidente foi questionado sobre seus impostos, após uma matéria do "New York Times" mostrar que ele pagou apenas U$ 750 em 2016, e Biden - que divulgou nesta terça seus impostos do ano passado - voltou a pedir que Trump faça o mesmo.

"Eu paguei milhões de dólares em imposto de renda", disse Trump, que desmentiu o jornal, mas voltou a repetir o mesmo que diz desde 2015, que mostrará os documentos quando "eles estiverem prontos".

O ponto mais baixo do duelo partiu de Trump, quando o republicano afirmou que um dos filhos do Democrata, o advogado Hunter Biden, usava cocaína.
Biden respondeu ao ataque reconhecendo que o filho vem superando o problema com drogas e álcool e que tem muito orgulho dele. Antes disso, Trump já havia afirmado que Hunter ganhou fortunas de uma empresa ucraniana, sugerindo irregularidades que podem envolver o ex-vice-presidente de Barack Obama. Biden afirmou que o filho não fez nada errado e chamou Trump de palhaço, ao ser interrompido pelo republicano enquanto dava sua resposta.

Costuma-se dizer que um candidato ganhou um debate quando ele consegue capturar o voto de um número maior de eleitores indecisos ou mudar os votos de seus oponentes. Nessa terça, porém, tanto o democrata, quanto o republicano falaram apenas para seus apoiadores.

Os indecisos devem permanecer sem candidato, já que o debate não serviu para jogar luz sobre as propostas dos candidatos. “Não foi um debate, foi um conflito”, afirmou Michael Lopez Stewart, sócio da Arko Advice, consultoria de análise e estratégia política. “Infelizmente, o debate refletiu a situação da sociedade americana: todo mundo fala ao mesmo tempo e ninguém escuta o outro”, afirmou Lopez Stewart, que é cidadão americano. Com informações da Agência Reuters e Infomoney.