Eleições EUA: Walmart remove armas e munições e lojas colocam proteção

Por Arlaine Castro

Compradores na Walmart Super Center na Pensilvânia.

A rede Walmart removeu temporariamente todas as armas e munições de suas lojas por causa do potencial de protestos e confrontos pelas eleições desta terça-feira, 3. Algumas lojas e escritórios em algumas cidades também ergueram proteções de fachadas com placas de compensado de madeira para evitar danos.

A medida do Walmart, relatada pela primeira vez pelo Wall Street Journal na quinta-feira passada, foi motivada pela possibilidade de pessoas invadirem lojas e roubarem armas de fogo se houver confronto devido às eleições.

Na cidade de Nova York, a loja de departamentos Macy’s e o prédio onde fica a sede da Fox News foram protegidos por compensados de madeira. Em Beverley Hills, as lojas de joias tiraram os bens mais caros das vitrines.

Após meses de manifestações em todo o país que às vezes se tornaram violentas, há preocupações crescentes sobre o potencial de conflito armado à medida que o país se encaminha para um momento importante da história.

Ele também repete uma tática implantada pelo Walmart em junho, depois que algumas lojas foram danificadas na esteira do assassinato de George Floyd, homem negro e desarmado, pela polícia de Minneapolis. Esta semana houve saques na Filadélfia depois que um homem negro segurando uma faca foi morto a tiros pela polícia.

“Vimos alguns distúrbios civis isolados e, como fizemos em várias ocasiões nos últimos anos, retiramos nossas armas de fogo e munições da área de vendas como precaução para a segurança de nossos associados e clientes”, um porta-voz do Walmart disse ao portal Fortune.

O receio vem também porque o presidente Trump escreveu  no Twitter pedindo mais de 50.000 observadores voluntários para “monitorar” a votação em certos estados indecisos, algo que tem causado preocupação entre a polícia local e funcionários eleitorais em partes do país. Mais cedo, um juiz de Michigan derrubou a proibição de realização de campanha aberta no dia da eleição nas urnas do estado, uma decisão que o estado pode tomar para a Suprema Corte de Michigan.

A empresa não informou quando a mercadoria retornará às prateleiras, mas os clientes ainda podem comprar esses itens mediante solicitação.

O Walmart vende armas e munições em cerca de metade de suas 4.700 lojas para atender os caçadores que fazem parte de sua clientela tradicional desde sua fundação em 1962. Mas no ano passado, após um tiroteio em uma de suas lojas em El Paso , Texas, onde 23 pessoas morreram, o Walmart parou de vender munições que podem ser usadas em rifles e revólveres semiautomáticos.

Varejistas de armas e analistas do setor dizem que o aumento nas compras de armas de fogo e munições durante um ano eleitoral é normal, citando temores de que um presidente democrata possa levar a restrições à posse de armas.

Agentes extras nas ruas 

Duas agências de imigração do Department of Homeland Security (DHS) estão se preparando para a possibilidade de mais agitação civil por causa da eleição, de acordo com as autoridades, como parte de um esforço das autoridades federais e locais para conter protestos em grande escala pelo país.

A U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) e a U. S. Customs and Border Protection (CBP) têm equipes táticas que podem ser implantadas para aumentar a aplicação da lei, se necessário, segundo as autoridades.

Enquanto o ICE está colocando o pessoal de prontidão, agentes do CBP foram treinados para ajudar na proteção de autoridades, disseram funcionários de ambas as agências à CNN.