"É preciso desmistificar o perigo da vacina", ressalta pesquisadora brasileira da Universidade de Miami

"Que as pessoas acreditem na ciência e não em 'fake news'", salienta a paulista Jacqueline Freire Machi

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Jacqueline Freire Machi, 34 anos, é pesquisadora da Universidade de Miami e recebeu a primeira dose da vacina.

"É preciso desmistificar o perigo da vacina. Que as pessoas acreditem na ciência e não em 'fake news'. Pois muitas dessas notícias falsas vêm dizendo que o DNA e RNA vão mudar o nosso código genético para sempre, ou que seremos 'controlados'. É triste ter que desmistificar todas essas bobagens, mas é importante informar a população porque, infelizmente, muitos creem nisso", assim defende a paulista Jacqueline Freire Machi, 34 anos, pesquisadora da Universidade de Miami, em entrevista especial ao Gazeta News sobre o processo de imunização contra a covid-19.

Com doutorado pela Universidade de São Paulo (USPIncor), a jovem trabalha hoje especificamente no Interdisciplinary Stem Cell Institute (Instituto de Células-Tronco da Universidade) e faz questão de explicar sobre a vacinação contra a covid-19. Ela recebeu a primeira dose da vacina desenvolvida pela PFizer no 17 de dezembro e vai receber a segunda dose no dia 7 de Janeiro (respeitando o intervalo de 21 dias).

"O objetivo das vacinas de RNA como a da Pfizer e Moderna são apenas ativar o sistema imune a produzir anticorpos específicos para lutar contra o SARV-coV2 em um possível contágio", explica.

Machi entrou na fila para a vacina por atuar na área da saúde e faz questão de ressaltar a importância da imunização, além de evidenciar que não sentiu efeito colateral.

GN - Como está sendo o processo de vacinação?

JM - A Universidade montou uma tenda, do lado de fora do hospital, equipada com aparelhos, médicos e profissionais da saúde para atender os funcionários. Ao chegarmos no local fomos informados que não haveria necessidade de pagamento ou inclusão do seguro saúde, pois o governo está custeando essa primeira leva. Logo após, fomos direcionados ao local de aplicação da vacina, com a recomendação de que a aplicação fosse realizada no braço não dominante, exatamente como nos procedimentos aplicados a qualquer outra vacina, como a da gripe, por exemplo.

GN - Quais os cuidados durante e após receber a vacina?

JM - Destaco que, por cautela e por ser uma vacina experimental, a referida tenda estava toda equipada com desfibriladores, caneta de epinefrina, para o caso de emergência ou alguma reação alérgica. Além disso, após a aplicação da vacina, todas as pessoas ficaram em observação por aproximadamente 15 minutos, sendo liberados depois com segurança.

GN - Um grande receio da população é com os efeitos colaterais. O que sentiu?

JM - Com relação aos efeitos, particularmente, eu apenas joguei bastante água quente no braço pra evitar dor muscular no dia seguinte. Fiz este procedimento também antes de dormir e foi ótimo no meu caso, pois eu não tive nenhuma dor muscular, febre, ou formigamento no local da injeção. Algumas pessoas tiveram um desconforto muscular, que não durou mais de um dia. Leia a entrevista completa no gazetamews.com.