Democratas conquistam maioria no Senado com vitória de Raphael Warnock e Jon Ossoff na Geórgia

Com um empate no número de assentos do Senado, o voto de minerva é do vice-presidente, no caso, Kamala Harris

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Candidatos democratas eleitos ao Senado pela Geórgia, Raphael Warnock e Jon Ossoff, se cumprimentam durante comício na segunda (4).

O Partido Democrata conquistou as duas últimas vagas no Senado disputadas em segundo turno no estado da Geórgia. Foram eleitos Raphael Warnock e Jon Ossoff. Com esse resultado, o presidente eleito, Joe Biden, terá o controle do Congresso no início do seu mandato.

A vitória abre caminho para Biden aprovar leis e projetos sem a resistência do Partido Republicano, que tinha maioria no Senado. Os democratas mantiveram sua maioria na Câmara dos Representantes e, com a vitória de Warnock e Ossoff na Geórgia, conseguiram o controle também do Senado.

Com 98% das urnas apuradas, Warnock derrotou a republicana Kelly Loeffler e Ossoff venceu o republicano David Perdue.

"Eu agradeço o povo da Geórgia por me eleger para servi-los no Senado dos Estados Unidos. Agradeço a confiança que vocês colocaram em mim", disse Ossoff.

A confirmação, no entanto, só aconteceu no final da tarde. Warnock teve sua vitória declarada antes, ainda de madrugada, pela contagem da Associated Press.

Aos 33 anos, Ossoff se tornou o candidato mais jovem eleito em quase cinco décadas, desde o próprio Joe Biden, que foi eleito senador em 1973 em Delaware quando tinha apenas 30 anos.

O segundo turno ocorreu porque, na votação de novembro, nenhum deles obteve mais de 50% dos votos.

Na eleição presidencial de novembro, Biden derrotou Trump por menos de 0,25 ponto percentual no estado e houve recontagem — que confirmou a vitória do presidente eleito.

Os democratas têm agora 48 cadeiras no Senado, além de dois senadores independentes que geralmente votam com o partido. Já o Partido Republicano, de Donald Trump, tem 50 assentos.

Com um empate no número de assentos do Senado, o voto de minerva é do vice-presidente, que exerce o cargo de presidente do Senado— a partir de 20 de janeiro, o posto será ocupado pela democrata Kamala Harris.

A votação na Geórgia ocorreu dois dias após um telefonema em que Trump pressionou o secretário de Estado da Geórgia, também do Partido Republicano, a "encontrar" 11.780 votos para tentar reverter a derrota, ser divulgado.

Trump vinha alegando que houve fraude, com cédulas de pessoas que não tinham direito a votar. Na segunda-feira, o secretário de Estado, Brad Raffensperger — que também é republicano —, voltou mais uma vez a refutar as alegações do presidente.

A Geórgia certificou o resultado da eleição presidencial e os 16 votos do estado no Colégio Eleitoral foram dedicados a Biden. E, mesmo se Trump tivesse revertido apenas este estado, seria insuficiente para acabar com a vitória democrata: foram 306 delegados contra 232, no placar final.

Ambos os candidatos democratas na Geórgia acenam para um crescente eleitorado jovem e engajado, ganhando vantagem sobretudo nos centros urbanos, enquanto os republicanos ganham entre os mais velhos e em cidades menores, segundo análise feita pela revista Exame. Mudanças demográficas, com mais eleitores jovens nas cidades, são parcialmente responsáveis pelo resultado positivo aos democratas na Geórgia e em outros estados no Sul americano — além da Geórgia, Biden venceu também no Arizona, ambos pela primeira vez desde Bill Clinton na década de 1990.