Biden comanda primeiro ataque militar como presidente

Por Livia Mendes

O presidente aprovou a ofensiva que aconteceu na Síria, próxima a fronteira com o Iraque e deixou ao menos 22 mortos.

Os Estados Unidos realizaram na última quinta-feira (25) um ataque aéreo militar no nordeste da Síria, que deixou pelo menos 22 mortos. O alvo da operação era atingir bases de milícias apoiadas pelo Irã, grupos os quais, segundo o Secretário de Defesa, Lloyd Austin, lançaram ataques contra as forças armadas dos EUA. Até o momento, não foi informado se civis foram atingidos pela ofensiva.

“Estamos confiantes que os alvos (da operação) estavam sendo usados pelas mesmas milícias que conduziram os ataques (aos EUA)”, afirmou o secretário. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse que a operação dessa quinta-feira não são apenas uma resposta aos ataques mencionados, mas também uma maneira de lidar com a constante ameaça desses grupos.

A Casa Branca comunicou na última sexta-feira que os ataques tinham como objetivo reforçar as defesas do país e que foram rigorosamente planejados.

Os ataques atraíram elogios de republicanos, e rápidas críticas e preocupações de democratas. Alguns democratas alegaram que Biden não respeitou a prerrogativa do Congresso e informou os comitês relevantes com antecedência.

O senador Chris Murphy, democrata de Connecticut, disse que tem "confiança inerente" nas decisões de segurança nacional de Biden e que os ataques da milícia às bases iraquianas que hospedam as tropas americanas são "inaceitáveis". Mas os ataques retaliatórios exigem autorização do Congresso, disse ele.

O deputado Ro Khanna, democrata da Califórnia no Comitê de Serviços Armados da Câmara, disse que “o presidente não deveria tomar essas medidas sem buscar autorização explícita (da câmara)” e completou com uma observação que Biden se torna agora o quinto presidente consecutivo dos EUA a ordenar ofensivas no Oriente Médio.

Um oficial da defesa comentou que as decisões sobre os ataques foram tomadas de cima para baixo.

Tensão entre países

Um ataque dos EUA contra o grupo paramilitar do Iraque, Kata'ib Hezbollah, em 29 de dezembro de 2019 desencadeou reclamações do governo iraquiano sobre violações de sua soberania.

Dias depois, membros do grupo e outras milícias apoiadas pelo Irã marcharam contra a embaixada dos Estados Unidos no Iraque, danificando propriedades e incendiando edifícios externos.

Um ataque com foguete em 15 de fevereiro contra as forças da coalizão perto do Aeroporto Internacional de Erbil, no Curdistão iraquiano, matou um empreiteiro civil e feriu outros nove, incluindo quatro empreiteiros americanos e um militar americano.

Naquele dia, cerca de 14 foguetes foram disparados contra as forças dos EUA e da coalizão em Erbil, no norte do Iraque. Até a última quinta-feira, os Estados Unidos não tinham culpado nenhum grupo específico pelos ataques de foguetes.

Fontes: BBC e CNN